A biomedicina e a crise da atenção a saude : um ensaio sobre a desmedicalização

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1999

RESUMO

A crise da atenção à saúde nos serviços públicos e a medicalização social hoje crescentes radicam-se em fatores complexos de múltiplas dimensões, sendo alguns deles inerentes à própria biomedicina. Este trabalho busca analisar, sob o enfoque da interação cotidiana entre médico e doente, a influência intrínseca dessa medicina, enquanto saber e prática, na geração e alimentação da citada crise e da medicalização social, ressaltando aspectos importantes de serem elucidados e enfrentados. Nesse sentido, o estudo parte de um grupo de propostas institucionais de reorganização dos serviços conhecida como ?em defesa da vida? e das contribuições de Ivan Illich (1975) para diagnóstico e enfrentamento da medicalização social. Analisa o saber biomédico através de um paralelo entre o paradigma dominante da biomedicina e aspectos relevantes da crise da atenção à saúde institucional. Analisa a prática biomédica discutindo a contribuição da atenção à saúde para a construção da cultura (e da medicalização social) e os interesses dos médicos no cotidiano dos serviços que conformam em muito as práticas em saúde institucionais. Conclui pela relevante participação da biomedicina na produção da atual crise na atenção à saúde. Propõe e discute, ao final, três estratégias de enfrentamento para as questões levantadas: a) ?descolar? a atenção à saúde institucional do monopólio biomédico (científico); b) reformar a própria biomedicina pelo seu exercício prático nos serviços públicos e c) reorganizar os serviços para torná-los compatíveis com e incentivadores de transformações visando a melhoria da atenção à saúde

ASSUNTO(S)

medicina - pratica saude publica medicina alternativa medicina social

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