A captura da subjetividade pela violência simbólica da indústria cultural: da submissão à culpabilidade dos indivíduos
AUTOR(ES)
Caniato, Angela, Cesnik, Claudia Cotrim, Rodrigues, Samara Megume
FONTE
Psicol. USP
DATA DE PUBLICAÇÃO
2012-12
RESUMO
Neste artigo adentramos a profundidade do conceito de indústria cultural, cunhado por Horkheimer e Adorno (1985), para atravessar suas imbricações com as fantasias inconscientes, em especial as de natureza destrutiva. A violência simbólica da indústria cultural, quando internalizada pelos indivíduos, veicula os modelos identificatórios exigidos pela sociedade de consumo para universalizar a lógica da mercadoria entre todos eles. Essa perversão nos processos de constituição das subjetividades conduz às suas estandardizações nos moldes que Theodor Adorno identifica como de pseudoindivíduos, atados simbioticamente uns aos outros. Existe uma similaridade entre esses conceitos adornianos e o de “sentimento inconsciente de culpabilidade” de Freud, em que esse autor identifica processos de autopunição subjetiva quando, sob a “mais-repressão social”, os indivíduos estão proibidos de reagir. O sadomasoquismo sustenta a cumplicidade dos indivíduos com esse status quo opressor, orquestrado pelo engano das ideologias difundidas pela indústria cultural. Será possível que esses indivíduos venham a assumir as suas criticidades para tornarem-se construtores da cultura?
ASSUNTO(S)
indústria cultural mercadoria modelos identificatórios violência simbólica sadomasoquismo
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