A formação continuada do "Programa Vamos Cuidar do Brasil nas Escolas" na região da AMFRI em Santa Catarina

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Este trabalho consiste em uma análise sobre a formulação e a implementação de uma política pública para a formação docente visando a inserção da Educação Ambiental (EA) em escolas da região da Associação de Municípios da Foz do Rio Itajaí (Amfri) em Santa Catarina , desenvolvida no período de 2003 a 2006. Buscou-se verificar se a ação estruturante de formação continuada do Programa Vamos Cuidar do Brasil com as Escolas (PVCBE) uma política federal que tem como objetivo fortalecer e enraizar a Educação Ambiental em ambientes escolares com as Conferências Infanto-Juvenis pelo Meio Ambiente e na criação das Comissões de Qualidade de Vida (Com-Vida), e, em seqüência, a formação para educadores e estudantes. A fundamentação teórica aborda questões como política e política pública (HÖFLING, 2001; LITTLE, 2003; FARAH, 2004) política pública de EA (SORRENTINO, 2005; LOUREIRO, 2004), formação continuada nomenclatura, trajetória, tendências e significados (RAMALHO, 2004; CANÁRIO, 2006; NÓVOA, 2001; FREITAS, 2006; FREIRE, 1996) e formação continuada em EA dentro de uma perspectiva crítica e emancipatória (LOUREIRO et al., 2006; GUIMARÃES, 2004; TRISTÃO, 2004; GUERRA, 2004; LEME, 2006). A abordagem foi qualitativa e os dados obtidos por meio de pesquisa bibliográfica e documental e de entrevistas semi-estruturadas reflexivas com onze educadores ambientais que participaram de duas formações do PVCBE com escolas de oito municípios da região. Este material foi analisado pela técnica de análise de conteúdo, com base na fundamentação teórica. Constatou-se que os objetivos da formação continuada do Programa, no que se refere à inserção da EA, não se efetivaram em muitas escolas da região. Os educadores apontaram a necessidade de que a formação seja um processo contínuo, permanente e aconteça com maior freqüência, favorecendo as trocas de experiências com outros educadores e possibilitando ao educador levantar subsídios para o trabalho docente. Os obstáculos apresentados foram o isolamento dos educadores na própria escola no sentido de participação e envolvimento na implantação da Com-Vida em algumas escolas, bem como na inserção da EA no Projeto Político Pedagógico. Existe a intenção da mudança, da transformação, porém, o que chega ao chão da escola é diferente. A transformação esbarra na organização disciplinar da escola. Foi visível nos relatos o caráter de fragilização das práticas de EA e a falta de aprofundamento e reflexão teórica, na perspectiva de uma EA crítica e emancipatória rompendo com posturas individuais sem envolvimento com o coletivo, ainda muito freqüentes. Enfrentamos uma série de desafios: romper com a descontinuidade, insuficiência, e falta de participação dos educadores na elaboração e nos processo de decisão sobre as políticas públicas de formação continuada para educadores ambientais. Sugere-se constituir grupos de estudo para visualizar as dificuldades e fomentar as potencialidades do entorno escolar, promover encontros entre os grupos de uma determinada região e estimular os educadores a fazer parte de grupos de trabalho em sua escola ou região, participando de projetos e ações vinculadas à Política Nacional de EA (Sala Verde, Coletivo Educador, Agenda 21), como também das redes de Educação Ambiental. Considera-se também manter um canal aberto para um maior dialogo entre os gestores da Política Nacional de EA com as universidades principalmente seus grupos de pesquisa na Pós-graduação e os educadores das escolas e gestores das secretarias municipais e estaduais para intercâmbio de conhecimentos, como também a parceria efetiva na execução de projetos e cursos de formação continuada para Educação Ambiental

ASSUNTO(S)

continued education educação ambiental environmental education formação continuada política pública educacao public policy

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