A importância de E. T. A. Hoffmann na cena romântica francesa
AUTOR(ES)
Batalha, Maria Cristina
FONTE
Alea : Estudos Neolatinos
DATA DE PUBLICAÇÃO
2003-12
RESUMO
Se o gênero fantástico surge na França com as obras Le diable amoureux, de Jacques Cazotte (1772), e Le manuscrit trouvé à Saragosse, de Jean Potocki (1805), estas permanecem estreitamente vinculadas aos modelos narrativos do século XVIII e não conseguem impor-se na cena literária dominada pelo princípio orientador da verossimilhança. Na Alemanha, a explosão de fantasia, presente no maravilhoso de Achim von Arnim, traz um fermento novo ao romantismo nesse país e possibilita a evolução do gênero até alcançar a riqueza de recursos ficcionais trabalhados por E. T. A. Hoffmann em seus contos fantásticos. É então a partir das traduções da obra do contista alemão, ou seja, a partir de 1829, que o caminho da literatura fantástica é restabelecido neste país, inspirando alguns autores românticos franceses. No breve intervalo entre os anos 1830 e 1840, a literatura fantástica se apresenta, mais uma vez, como uma resposta à crise política e ao marasmo no qual a ficção francesa estava mergulhada, ganhando projeção e foro de literatura hegemônica. Mas, como mais um mito romântico, ela perde seu fôlego e acaba como paródia de si mesma na própria obra ficcional de Gautier, contista fantástico de primeira ordem, e que, pelo viés da ironia, promove a crítica à literatura de seu tempo.
ASSUNTO(S)
literatura fantástica romantismo quebra de cânone crise da representação
Documentos Relacionados
- A imaginação romântica como neurose? O debate freudiano sobre o animismo e a questão do olhar em E. T. A. Hoffmann
- Perspectivas sobre la justicia francesa del Antiguo Régimen en las reescrituras del caso La Pivardière de E. T. A. Hoffmann y W. Alexis
- A janela da esquina de meu primo de E. T. A. Hoffmann: uma imagem fiel da vida eternamente mutável
- A realidade na luz da cena romântica
- Morphology and Anatomy of the Flowers of Trichilia catigua A. Juss., T. elegans A. Juss. and T. pallida Sw. (Meliaceae)