A INFLUÊNCIA DA FALA BILÍNGUE HUNSRÜCKISCH-PORTUGUÊS BRASILEIRO NA ESCRITA DE CRIANÇAS BRASILEIRAS EM SÉRIES INICIAIS

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

26/03/2010

RESUMO

Neste trabalho, analisamos e comparamos trocas de sonoridade em oclusivas no tripé produção escrita, percepção e produção oral, por parte de alunos monolíngues, falantes apenas do Português Brasileiro, e de estudantes bilíngues, falantes do PB e da língua de imigração Hunsrückisch. Participaram de nosso estudo alunos de três grupos: monolíngues da cidade de Rio Grande (MR), monolíngues da cidade de Picada Café (MP) e bilíngues da cidade de Picada Café (B). A pesquisa foi dividida em três fases. Na fase A, que envolveu produção escrita, foram analisadas, primeiramente, o número de trocas e suas subdivisões (sonorizações, dessonorizações, palavras de baixa e alta frequência), dos grafemas , e da escrita de 183 alunos (análise geral) dos três grupos, participantes da préescola à quinta série do Ensino Fundamental. Num segundo momento, foram analisados separadamente os dados escritos de 30 alunos (10 de cada grupo- análise parcial) dos 183 analisados anteriormente. Na fase B, foram analisados os resultados de um teste de percepção, realizado pelo grupo de 30 alunos. A fase C, que tratou da produção de fala, foi dividida em dois momentos. Primeiramente, foi feita a análise acústica, através do programa Praat (versão 5.0.3.2), das medidas dos VOTs dos segmentos oclusivos do PB dos 30 participantes. Por fim, foram analisados os valores dos VOTs das oclusivas em Hunsrückisch dos 10 alunos bilíngues dos 30 participantes das três fases do trabalho. No que diz respeito aos resultados obtidos, na fase A (escrita), encontramos a ocorrência de mais trocas grafêmicas (e suas subdivisões) nos participantes bilíngues (grupo B), seguidos dos alunos monolíngues do grupo MP e, pro fim, com menos trocas, dos alunos monolíngues do grupo MR. Apesar de as médias seguirem o mesmo ordenamento tanto na análise geral, como na análise parcial, foram encontradas diferenças significativas nas trocas apenas na análise geral. Na fase B ocorreram mais erros de percepção no grupo MP, seguido do grupo MR e do grupo B. Foi encontrada diferença significativa em apenas uma das análises realizadas nesta fase, mostrando haver uma diferença existente entre o grupo bilíngue e os demais grupos. Na fase C, ficaram dentro de nossas expectativas parte dos valores apresentados, sendo eles, nos segmentos surdos, VOTs maiores no grupo MR do que no grupo B e nos segmentos sonoros, pré-vozeamentos maiores no grupo MR do que no grupo B. Através da análise dos dados de nossa pesquisa, baseada na visão dinâmica por nós defendida, percebemos valores gradientes em algumas transferências fonético-fonológicas encontradas. Concluímos que alguns de nossos participantes apresentam uma correlação positiva entre a taxa de trocas dos grafemas , e e os erros de percepção e produção de fala dos mesmos segmentos, o que sugere uma possível relação entre os processos de produção escrita, produção oral e percepção

ASSUNTO(S)

produção escrita produção oral precepção transferência grafo-fônico-fonológica linguistica aplicada

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