A representação da morte na criança da periferia : um estudo de casos
AUTOR(ES)
Maria Aparecida Santos Correa Barreto
DATA DE PUBLICAÇÃO
2003
RESUMO
Pesquisa como crianças pobres que vivem, sobrevivem e morrem em condições precárias de existência e, de certo modo, até apartadas do convívio da sociedade, representam a morte, entendendo a representação da morte como resultado da convivência cultural e das condições históricas de suas vidas. A fundamentação teórico-metodológica é baseada nos postulados e pressupostos da Perspectiva Histórico-Cultural em Psicologia. A pesquisa empírica foi desenvolvida com 28 alunos, em uma sala de aula de 3? série do Ensino Fundamental, numa escola pública de periferia do município de Campinas, durante o ano letivo de 1999. Apresenta o estudo de três casos. Foram realizadas algumas atividades envolvendo o tema da morte. A atuação da pesquisadora efetivou-se participando com as crianças das atividades, entrevistando-as, observando-as, às vezes, recorrendo também a audiogravações e a videogravações, com registros contínuos. As entrevistas eram semi-estruturadas, realizadas em grupo e/ou individualmente, também com os pais, as professoras e a diretora. Leitura de livros de literatura, conversas, produção de textos e desenhos produzidos pelos alunos fazem parte do material coletado. Por meio dos dados, pôde-se denunciar que os alunos vivem num clima de medo, de terror, de pânico. A representação da morte é constituída por uma complexa relação dor/perdas, violência/vida e morte, separadas por uma tênue e tensa linha divisória, naquele contexto, exigindo reflexões e encaminhamentos específicos. Em meio a essa realidade, a possibilidade da morte espalha-se por todos os contextos sociais que perpassam a vida da criança. Abrindo-se espaço para a reflexão sobre a morte no contexto escolar, é possível conhecer como essas crianças desenvolvem modos de vida próprios, pautados por múltiplas estratégias de convivência e de identificação/diferenciação no coníronto permanente com a naturaEzaçâo da morte (bana1ização da vida), em espaços distintos, uma vez que o processo de en&¿eato é dado pelas condições concretas de vida. Compreender esses conteúdos dos processos elaborados, ou seja, identificar de que falam essas práticas e essas estratégias, são os elementos fundamentais deste estudo
ASSUNTO(S)
morte banalidade (filosofia) crianças
ACESSO AO ARTIGO
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000295357Documentos Relacionados
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