A Sinestesia e a construção de significação musical

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Este trabalho investiga a relação entre a sinestesia e a significação musical, analisando como a transposição de sensações atua nas remissões extrínsecas à estrutura musical. Verificou-se como se podem encontrar sinais da atuação da sinestesia nas três dimensões do objeto simbólico definidas por Nattiez/Molino: dimensões poiética, neutra e estésica. Procurou-se definir e diferenciar os conceitos de sensação, percepção e sinestesia, analisando também a relação entre a sinestesia como condição neurológica e a metáfora sinestésica. Investigou-se a sinestesia como forma de escuta, propondo uma escuta sinestésica consciente, que se acrescentaria à forma de escuta a partir das expectativas estilísticas proposta por Leonard Meyer. Para exemplificar tal escuta, fez-se a descrição de uma escuta sinestésica da obra Baku-Pari, de Guilherme Nascimento. Foi realizada uma análise da relação entre os elementos apontados na escuta sinestésica e a estrutura da obra, procurando estabelecer pontos de interseção entre os níveis neutro e estésico. Em entrevista com o compositor, procurou-se identificar elementos sinestésicos no discurso sobre seu processo criativo. Verificou-se também se ouvintes leigos, participantes de corais amadores utilizam referências sinestésicas na descrição de suas escutas musicais e se há convergência nas sinestesias percebidas, ou seja, até que ponto as sinestesias são compartilhadas ou são subjetivas.

ASSUNTO(S)

sentidos e sensações música sinestesia na arte

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