Acidentes com material biológico : risco para trabalhadores de enfermagem em um hospital de Porto Alegre / Accidentes con material biológico : riesgo para trabajadores de enfermería en un hospital de Porto Alegre / Accidents with biological material : a risk for nursing workers in a hospital of Porto Alegre

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Trata-se de um estudo caso controle, com objetivo de comparar a influência do estresse ocupacional e da discordância entre o cronotipo e o turno de trabalho, de trabalhadores de enfermagem que sofreram acidente com perfuro cortante e de contaminação de mucosa com os que não sofreram acidente em um hospital de Porto Alegre. O período estudado foi julho de 2005 a junho de 2006, sendo entrevistados 331 trabalhadores de enfermagem pareados em dois grupos por categoria profissional, turno de trabalho e unidade de trabalho na instituição: 99 profissionais de enfermagem que sofreram acidente com material biológico (casos) e 232 profissionais que não sofreram acidente (controles). A coleta de dados foi realizada por meio do Formulário de Cadastro de Exposição à Sangue ou Fluídos e duas escalas: Escala de Horne-Östberg e a Job Stress Scale. Os dados de ambos os grupos, demonstram predominância do sexo feminino (87,9% dos casos e 79,3% dos controles), dos auxiliares e técnicos de enfermagem (92,9% dos casos e 93,5% dos controles), sendo formados, principalmente, por adultos jovens, com idade média de 36,2 anos. Analisando-se os acidentes, o auxiliar de enfermagem foi a categoria que mais se acidentou (52 - 52,5%), seguida pelo técnico de enfermagem (40 - 40,4%) e o enfermeiro (7 - 7,1%). O maior índice de acidentes ocorreu na unidade de internação de adultos (49 - 49,5%). Com relação ao tipo de material orgânico, envolvido no acidente, o sangue representou 88,7%. A predominância do tipo de acidente foi com instrumentos perfuro cortantes com o percentual de 78,8%. Quanto ao uso de equipamentos de proteção individual, 70,4% dos profissionais relataram que o estavam utilizando no momento do acidente, apesar de só 55,6% destes trabalhadores terem informado que utilizam equipamentos de proteção individual sempre. Foram investigadas como possíveis variáveis associadas ao risco de acidente do trabalho: segregação dos resíduos; organização da unidade, tempo para lazer, ritmo de trabalho, distribuição de pessoas na escala, utilização de Equipamento de Proteção Individual e higienização da unidade, não havendo associação estatística. O escore do grupo de profissionais de enfermagem que apresentou alta exigência no trabalho, segundo o modelo Karasek, não obtive associação estatisticamente significativa com a ocorrência de acidente. Na avaliação dos cronotipos dos sujeitos, os indiferentes perfazem 72,7% dos casos e 80,6% dos controles e não houve associação entre a concordância do perfil cronobiológico e do turno de trabalho com oacidente. Frente aos dados encontrados, se fazem necessários estudos que avaliem outros fatores relacionados face ao risco que os acidentes com material biológico acarretam a saúde do trabalhador.

ASSUNTO(S)

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