Alavancagem e oportunidades de investimento: o efeito nas empresas de alto crescimento

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. contab. finanç.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-08

RESUMO

RESUMO O objetivo deste trabalho é investigar se o alto crescimento da firma resultará em redução do nível de dívida. Espera-se que isso aconteça para firmas que sofrem choque idiossincrático positivo nas suas oportunidades de crescimento, o que afetará seu fluxo de caixa e sua lucratividade. Embora a relação entre oportunidades de crescimento (e.g., Q de Tobin) e estrutura de capital já tenha sido amplamente discutida do ponto de vista conceitual, ainda há lacunas importantes do ponto de vista empírico, particularmente em função da endogeneidade da primeira variável. Este artigo procura minimizar esses problemas ao operacionalizar o conceito de choques tecnológicos idiossincráticos. Esse tema é relevante, pois a relação negativa entre crescimento e alavancagem pode indicar que, para as empresas mais eficientes, haverá redução do custo de falência e, para as menos eficientes, redução dos custos de agência. Este trabalho contribui para o desenvolvimento de estudos na área ao demonstrar a relação inversa entre crescimento e alavancagem, com o modelo e a construção da variável que representa os choques positivos sofridos pelas empresas. Utilizou-se o painel dinâmico, permitindo a análise da variação do endividamento em relação à variação do valor por meio das primeiras diferenças e do controle do efeito do endividamento defasado. Para aplicação do modelo, utilizaram-se dados de empresas brasileiras entre 1995 e 2016. Os resultados principais trazem indícios de que quanto maior for a razão das oportunidades de crescimento da firma em relação às oportunidades de crescimento do seu setor, menores serão seus indicadores de alavancagem. Os resultados complementares sugerem que as empresas menos alavancadas têm essa relação negativa ainda mais forte.

Documentos Relacionados