Alterações citológicas na mucosa bucal após exposição crônica ao etanol

AUTOR(ES)
FONTE

Brazilian Oral Research

DATA DE PUBLICAÇÃO

2006-04

RESUMO

Os efeitos do etanol isoladamente sobre a mucosa bucal permanecem pouco esclarecidos, sobretudo devido ao baixo número de não-fumantes consumidores crônicos de bebidas alcoólicas. O objetivo deste estudo foi avaliar as freqüências de micronúcleo, relação núcleo/citoplasma anormal, picnose, cariorrexe e cariólise em células esfoliadas da mucosa jugal e do bordo lateral da língua de 36 alcoólatras não-fumantes (grupo etanol) e 18 abstêmios de álcool e fumo (grupo controle). O método de Papanicolaou foi utilizado. Uma vez que indivíduos alcoólatras geralmente apresentam comprometimento hepatobiliar, a associação entre gama-glutamil transpeptidase (GGT) sérica e algumas das alterações citológicas analisadas também foi investigada. O grupo etanol mostrou um aumento significativo nas freqüências de todas as alterações investigadas nas células da língua quando comparado ao grupo controle (p < 0,01; Mann-Whitney). No entanto, a presença de tais mudanças na mucosa jugal não foi estatisticamente significante (p > 0,05; Mann-Whitney). No grupo etanol, a correlação entre GGT sérica e as freqüências de micronúcleo e a relação núcleo/citoplasma anormal em células da mucosa bucal não foi significativa (p > 0,05; Spearman). Conclui-se que o consumo crônico de etanol pode estar associado a alterações citológicas carcinogênicas na mucosa bucal, mesmo na ausência de exposição ao fumo. Tais alterações não apresentaram correlação com o comprometimento hepatobiliar.

ASSUNTO(S)

citologia mucosa bucal etanol carcinógenos

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