An international proficiency exam of english for children in the brazilian elementary schools / Uso de um exame internacional de proficiencia em lingua inglesa para crianças no ensino fundamental brasileiro

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Tem sido crescente, não só no contexto nacional como em nível mundial, o interesse pelo ensino de línguas estrangeiras, marcadamente o inglês, sendo que o segmento que vem apresentando maior crescimento é o de língua estrangeira para crianças de 6 a 12 anos (REA-DICKENS e RIXON, 1997). No Brasil, apesar de facultativo no Ensino Fundamental I, o ensino de língua inglesa já faz parte do currículo da grande maioria das escolas particulares e algumas públicas, dependendo de iniciativas municipais, não havendo diretrizes oficiais que possam orientá-lo. Observamos que o crescimento, nesse contexto, tem ocorrido de forma desordenada, apresentando problemas de diversas naturezas que contribuem para a comprovada ineficiência desse setor (ROCHA, 2006; COSTA, 2007). Nesse cenário, inúmeras escolas particulares, a título de apresentar referências de progresso de aprendizagem do jovem aprendiz no Ensino Fundamental I, estão fazendo uso de um exame externo de proficiência em língua inglesa, mais especificamente o YLE - Young Learners Exam, elaborado pela Universidade de Cambridge (UCLES - University of Cambridge Local Exams Syndicate). Consideramos que exames não são neutros, tornando-se, dessa forma, fortes instrumentos de política lingüística com influências no processo de ensino e aprendizagem, afetando a vidas das pessoas, determinando e definindo o tipo de conhecimento e comportamento esperado daqueles que o prestam (SCARAMUCCI, 2004; SHOHAMY, 2004). Partindo dessa premissa, realizamos uma análise dos objetivos e do construto norteador do exame YLE, tecendo considerações sobre as possíveis consequências de seu uso como forma de avaliação no Ensino Fundamental I na educação e na sociedade. Constatamos que o exame se mostra inadequado para uso nesse contexto específico por não estar em consonância com as concepções e objetivos conforme referenciais oficialmente estabelecidos para o Ensino Básico, como um todo, e privilegiados, neste estudo, como desejáveis para nortear um processo de ensino e aprendizagem com maiores chances de sucesso. Nessa perspectiva, consideramos que um exame deve orientar-se para a construção de capacidades e conhecimentos específicos na língua-alvo, visando à formação cidadã e protagonista, sob perspectivas socioculturalmente situadas, críticas e transformadoras (ROCHA, 2006, entre outros). Entendemos, portanto, que, uma vez constatado um forte distanciamento entre o construto orientador do exame em questão e as vertentes e objetivos estabelecidos para o ensino e para situações de avaliação em LE para crianças, não consideramos que uso do YLE possa contribuir para que o ensino de língua inglesa apresente resultados mais efetivos no contexto nacional, sob perspectivas da formação integral e crítica do aluno

ASSUNTO(S)

exames lingua inglesa - estudo e ensino - crianças exams avaliação de proficiencia language proficiency assessment ementary education lingua inglesa - ensino de primeiro grau english language

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