Análise da degradação de alguns geossintéticos em contato com fluidos agressivos / Analysis of the degradation of some geosynthetics in contact with aggressive fluids

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A utilização de geossintéticos em obras de proteção ambiental tem aumentado consideravelmente nos últimos anos. No entanto, faz-se necessário conhecer o comportamento desses materiais no que se refere aos seus desempenhos e durabilidade quando submetidos a situações de risco. Partindo desse pressuposto, esta pesquisa avaliou por meio de ensaios mecânicos e térmicos o comportamento e efeitos de degradação em alguns geotêxteis e geomembranas existentes no mercado brasileiro nos estados virgens e após imersão em variados fluidos agressivos. Foram realizados ensaios de resistência à tração simples (RTS) e ensaios de análise termogravimétrica. Os tempos de imersão variaram de 3 até 24 meses. Esses intervalos de tempo foram determinados em função do comportamento das amostras após o contato com os fluidos. Algumas amostras degradaram-se completamente apenas com o contato com alguns fluidos, e nestes casos os tempos de imersão e as diluições foram reduzidas. Utilizou-se gasolina comum (GSC), soda cáustica sob diferentes níveis de diluição , e álcool diluído em 3% de água (ALC97). As análises do comportamento dos espécimes ensaiados foram realizadas baseadas em ensaios de termogravimetria (TG) e termomecânica (TMA). Ainda foram realizadas análises microscópicas em algumas amostras por meio de microscopia eletrônica de varredura (MEV).As amostras de geomembranas com predominância de PVC (Poli (cloreto de vinila)) apresentaram enrijecimento nos primeiros tempos de imersão, principalmente quando o fluido agressivo foi a gasolina comum. Para os tempos subseqüentes esse enrijecimento tendeu a diminuir. Em geral esse comportamento nas amostras de PVC foi comum para todos os fluidos. As amostras de geomembranas com predominância de PEAD (Polietileno de alta densidade) também apresentaram enrijecimento após o contato com os fluidos, porém em menores proporções que as amostras de PVC. Os resultados dos ensaios de RTS e de análise termogravimétrica confirmaram as transformações internas das geomembranas que permaneceram em imersão. Na maioria dos casos, tanto as amostras de PVC quanto às de PEAD apresentaram menores deformabilidade e maiores valores de resistência à tração simples, dependendo do tempo de imersão considerado. Quanto aos resultados de análise temogravimétrica o desempenho das amostras de PEAD foi melhor que o das amostras de PVC. Em relação aos geotêxteis ensaiados, todas as amostras apresentaram bastante sensibilidade ao contato com as diluições de soda cáustica em água. Os geotêxteis se comportaram melhor em contato com GSC e ALC97 do que em contato com soluções que continham soda cáustica. Embora diferentes níveis de degradação ou de alteração de comportamento tenham sido observados, isso não necessariamente implica que o geossintético falharia na sua função (por exemplo, como barreira para fluidos) em uma, caso a repercussão da degradação não seja importante para a propriedade mais relevante para aquela função (coeficiente de permeabilidade, por exemplo). Além disso, as condições a que os espécimes foram submetidos nos ensaios podem ser significativamente mais severas que as esperadas no campo. No entanto, os resultados deste trabalho mostram que é importante avaliar a durabilidade e o comportamento desses materiais quando submetidos a ambientes ou substâncias agressivas.

ASSUNTO(S)

geossintéticos geotecnica resistência de materiais

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