Análise da expressão de Tax e HBZ e de genes celulares relacionados com a resposta imune inata e adaptativa em portadores assintomáticos e pacientes com HAM/TSP com baixa ou alta carga proviral do HTLV-1 (Human T-lymphotropic vírus 1)
AUTOR(ES)
Rafaela Gomes Andrade
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
28/02/2012
RESUMO
Cerca de 5% das pessoas portadoras do HTLV-1 poderão desenvolver uma doença inflamatória degenerativa do sistema nervoso central conhecida como HAM/TSP (mielopatia associada ao TLV-1/paraparesia espástica tropical). A carga proviral do HTLV-1 é um importante marcador de risco para doenças associadas ao vírus, visto que portadores sintomáticos têm em média níveis de carga proviral significativamente mais elevados que portadores assintomáticos. No entanto, há portadores assintomáticos (AC) com altos níveis de carga proviral, do mesmo modo que pacientes com HAM/TSP (HAM) com baixos níveis de carga proviral. Portanto, outros fatores são importantes no desfecho das doenças associadas ao HTLV-1. Foram avaliados os níveis de expressão do mRNA dos genes virais tax e HBZ e de 23 genes celulares envolvidos na resposta imune inata e adaptativa (TLR4, IL-12B, CD40, CD40L, CD80, CD86, CD28, perforina, granzima, FasL, Fas, IFN-, TNF-, IL-8, IL-10, RANTES, CCR1, MIP-1, MCP-1, CCR2B, LFA-1, MMP-9 e Foxp3) em indivíduos AC e HAM classificados de acordo com o nível da carga proviral em baixa (L) ou alta (H), usando ensaios de RT-PCR em tempo real. Na avaliação da expressão dos mRNA de tax e de sHBZ foram analisadas amostras de 21 ACL, 16 ACH, 7 HAML e 19 HAMH, e na avaliação da expressão dos mRNA dos genes celulares foram analisadas amostras de14 ACL, 9 ACH, 7 HAML e 9 HAMH, além de 14 doadores de sangue soronegativos (SN). Não houve diferença significativa na expressão do mRNA de sHBZ entre os subgrupos AC e HAM quando normalizado pela carga proviral. Em contraste, o mRNA de tax normalizado pela carga proviral foi significativamente maior no grupo HAM do que no grupo AC e em ACH x ACL, mas não foi observada diferença significativa entre os subgrupos HAML e HAMH. Houve correlação positiva e significativa das expressões dos mRNA de ambos os genes virais com a carga proviral nos grupos AC e HAM, mas esta foi mais forte no grupo AC. O nível de expressão dos mRNA de tax e de sHBZ também foram correlacionados positivamente e significativamente nos grupos AC e HAM, porém esta foi mais forte no grupo HAM. Os dados mostraram que os indivíduos AC constituem um grupo mais heterogêneo do que o grupo HAM em relação à expressão dos mRNAs de tax e de sHBZ, e devem ser cuidadosamente avaliados quando comparados com pacientes com HAM/TSP. Em conclusão, é importante avaliar os níveis dos mRNA de tax e de sHBZ, e não apenas da carga proviral, para melhor estimar o risco de desenvolvimento de HAM/TSP. Em relação aos 23 genes celulares analisados, o grupo ACL foi o que mostrou maior número de genes com expressão diferenciada do mRNA de no mínimo duas vezes em relação ao grupo SN, com diminuição do nível de TLR4 (-2.51x) e aumento do nível de IFN- (2.06x), IL-8 (3.6x) e CCL3 (2.63x). Os subgrupos ACH e HAML apresentaram apenas um gene com expressão diminuída do mRNA em relação ao grupo SN (-2,29x de MIP-1 e 3,37x de MMP-9, respectivamente). O grupo HAMH não apresentou variação de pelo menos duas vezes em relação ao grupo SN para nenhum dos genes estudados. Houve diferença significativa na expressão do mRNA de Foxp3 entre AC e HAM, mas não entre AC e SN ou entre HAM e SN. Além do mais, a expressão do mRNA de Foxp3 foi correlacionada com a carga proviral e a expressão dos mRNA de tax e de sHBZ apenas no grupo AC. Em conjunto, o que diferenciou o subgrupo ACL do subgrupo ACH foi a menor expressão do mRNA de tax, a menor expressão do mRNA de Foxp3 e a maior expressão do mRNA de IFN-. Comparando HAML vs. HAMH, HAML mostrou nível similar do mRNA de tax, mas nível aumentado de IL-10 e diminuído de Foxp3. Em conjunto, os dados de expressão dos genes analisados envolvidos na resposta imune apontam para a importância da resposta imune inata na proteção da infecção pelo HTLV-1 e sugere possíveis componentes genéticos na susceptibilidade à HAM/TSP.
ASSUNTO(S)
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8UDPA8Documentos Relacionados
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