Análise da vigilância de infecção pós-alta de pacientes cirúrgicos, sob a ótica dos cirurgiões
AUTOR(ES)
Luciene de Souza Moreira Jota
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
09/12/2011
RESUMO
A infecção do sítio cirúrgico (ISC) tem considerável impacto na morbidade e mortalidade, elevando os custos, devido ao aumento da permanência hospitalar e tratamento. Está entre as infecções relacionadas à assistência à saúde com mais possibilidade de prevenção, justificando os esforços para sua redução. Estudos demonstram que a vigilância ativa, com feedback das taxas aos cirurgiões, pode reduzi-las em 30 a 40%. A vigilância após a alta é o grande desafio, principalmente diante da reduzida permanência hospitalar pós-operatória nos dias atuais. São vários os métodos de vigilância pós-alta e nenhum deles é universalmente aceito como o melhor. Este estudo descritivo, observacional, não experimental utilizou o método de combinação conhecido como triangulação metodológica, que integrou a pesquisa qualitativa e quantitativa. A técnica de coleta de dados foi à combinação de questionário e entrevista semiestruturada com 60 cirurgiões de várias especialidades cirúrgicas em uma instituição hospitalar privada de Belo Horizonte. A análise descritiva dos resultados do questionário possibilitou entender a rotina dos egressos cirúrgicos, o processo de utilização do método passivo de vigilância (carta-questionário) e a postura dos cirurgiões diante dos critérios e diagnósticos do Centers for Disease Control and Prevention (CDC). A partir da análise de conteúdo das entrevistas, foram definidas quatro categorias: influência do fator interpessoal; influência de fatores socioeconômicos e geográficos; influência de fatores institucional e operacional; e benefícios do controle de infecção pós-alta, com a finalidade de analisar as implicações desses fatores como facilitadores ou dificultadores no controle de infecção pós-alta e identificar benefícios do controle de infecção pós-alta sob a ótica dos cirurgiões. Os resultados mostram que a maioria dos cirurgiões afirma acompanhar todos os casos após a alta por meio do retorno programado dos pacientes no ambulatório, mas há descrença desses profissionais no método da carta-questionário e utilização de critérios diagnósticos para ISC não padronizados, reconhecendo-se a necessidade de estreitar as relações entre os cirurgiões e os serviços de controle de infecção. Este estudo identificou pontos dificultadores para o controle de infecção pós-alta, como o grau de entendimento, conveniência e comodidade do paciente, sua questão financeira e geográfica, a limitada integração entre os serviços de saúde, a sobrecarga de trabalho do cirurgião, a desvalorização financeira pelo atendimento ambulatorial/consultório e a ênfase no pré e intra-operatório. São muitos os desafios a serem vencidos, a fim de minimizar os conflitos de interesse, mas além do método já utilizado como a carta-questionário as opiniões apontam para a utilidade de ambulatório específico de egressos cirúrgicos e os possíveis benefícios da participação dos SCIH nesta prática.
ASSUNTO(S)
dissertação da faculdade de medicina da ufmg. dissertações acadêmicas decs infecção hospitalar. infecção da ferida operatória decs infecção decs assistência ao paciente decs período pós-operatório decs seguimentos decs questionários/utilização decs sistemas de apoio a decisões clínicas decs pesquisa qualitativa decs
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8U4J64Documentos Relacionados
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