Análise microbiológica e imunológica de lesões refratárias ao tratamento endondôntico

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

02/12/2011

RESUMO

Introdução: Falhas no tratamento endodôntico são geralmente causadas pela persistência de microorganismos no sistema de canais radiculares mesmo após o tratamento endodôntico. Quando o tratamento falha, uma resposta imunológica caracterizada pela produção de citocinas e quimiocinas é arquitetada. Objetivos: Avaliar o perfil microbiológico de amostras recuperadas de dentes refratários ao tratamento endodôntico utilizando-se as técnicas do Multiple Displacement Amplification (MDA) e hibridização DNA-DNA (checkerboard). Caracterizar, por PCR em tempo real, a expressão gênica das citocinas IFN-, TNF-, IL-1-, IL-17A, IL-10, e da quimiocina MCP-1 no periápice de dentes refratários ao tratamento endodôntico. Metodologia: O grupo amostral foi constituído por 40 pacientes que apresentavam lesões refratárias ao tratamento endodôntico (grupo experimental) e 20 pacientes que apresentavam dentes hígidos com vitalidade pulpar (grupo controle). As amostras microbiológicas foram recuperadas com a utilização de uma lima tipo K #10, amplificadas pelo MDA e analisadas pela técnica do checkerboard para um nível de 107 espécies bacterianas. As espécies foram divididas em três populações distintas dependendo da sua proporção média (% da contagem de DNA das sondas ± DP); população dominante (>4%), sub dominante (>2 a 4%) e residual (<2%). As amostras imunológicas foram recuperadas dos grupos controle e experimental. Três pontas de papel que ultrapassaram o ápice (2mm) foram utilizadas para coletar as amostras. O RNA total foi extraído de cada amostra, o cDNA foi sintetizado e o PCR em tempo real foi realizado. A significância das diferenças foi avaliada utilizando o teste Mann Whitney em relação aos achados microbiológicos e imunológicos (p<0,05). Resultados: As espécies dominantes foram C. diphtheria (7.35 ± 1.22), S. constellatus (6.85 ± 1.15), P. gingivalis (6.19 ± 2.20), A. adjacens (5.94 ± 0.99), e P. denticola (5.79 ± 0.97). Dentre as populações sub dominantes foram observados S. mutans (4.12 ± 0.61), A. georgiae (4.02 ± 0.60), H. pylori (3.11 ± 0.30), D. peneumosintes (2.25 ± 0.54), e E. corrodens (2.16 ± 0.36). Na população residual, E. coli (0.05 ± 0.01), e L. acidophilus (0.02 ± 0.01) demonstraram as menores proporções médias. O E. faecalis foi detectado em baixa proporção média (0.55 ± 0.27). Diferenças significativas nos níveis de expressão gênica de IFN-, TNF-, IL-17A, e MCP-1 foram observados em casos de lesões refratárias ao tratamento endodôntico quando comparados ao grupo controle. Não foram encontradas diferenças significantes nos níveis de expressão gênica de IL-1 entre os dois grupos. A expressão gênica da IL-10 foi insignificante em ambos os grupos experimental e controle. Conclusões: A microbiota de infecções refratárias ao tratamento endodôntico demonstrou ser mais complexa do que antes observado. Apesar da maioria dos estudos vincularem a presença do E. faecalis ao insucesso do tratamento endodôntico, seu papel, nessas infecções, necessita ser minimizado. As respostas imuno-periapicais à infecção presente nos dentes refratários ao tratamento endodôntico apresentou um perfil pró-inflamatório, compatível com a presença da infecção detectada na análise microbiológica.

ASSUNTO(S)

citocinas - teses retratamento decs boca/microbiologia decs endodontia - teses canais radiculares - tratamento - teses

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