Anatomia, ultra-estrutura e secreção do nectário extrafloral de Hibiscus pernambucensis Arruda (Malvaceae)
AUTOR(ES)
Rocha, Joecildo Francisco, Machado, Silvia Rodrigues
FONTE
Brazilian Journal of Botany
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009-09
RESUMO
Este trabalho descreve o nectário extrafloral (NEF) de Hibiscus pernambucensis, uma espécie nativa encontrada ao longo do litoral brasileiro, vegetando áreas de manguezal e restinga. NEFs ocorrem como sulcos profundos com bordo saliente sobre as nervuras na face abaxial da lâmina foliar. Cada nectário consiste de numerosos tricomas secretores multicelulares, células epidérmicas dispostas em paliçada e parênquima não vascularizado. Açúcares redutores, lipídeos e proteínas foram histoquimicamente detectados em todas as células do nectário. Compostos fenólicos ocorrem nos vacúolos das células epidérmicas e na porção bisseriada dos tricomas secretores. As células que formam o corpo dos tricomas secretores apresentam núcleo volumoso, citoplasma denso com muitas mitocôndrias, dictiossomos, gotas lipídicas esparsas e plastídios com diferentes tipos de inclusões: proteínas, gotas de óleo ou grãos de amido; os vacúolos possuem diferentes tamanhos e podem apresentar material membranoso, substâncias lipofílicas e fenólicas. As células em paliçada mostram paredes periclinais espessas, citoplasma reduzido com gotas lipídicas conspícuas e vacuoma desenvolvido As células do parênquima caracterizam-se por apresentar muitos plasmodesmos e citoplasma abundante com gotas lipídicas dispersas, mitocôndrias, plastídios repletos de grãos de amido e retículo endoplasmático. Idioblastos de mucilagem são comuns na região mais interna do parênquima nectarífero. A protoderme e o meristema fundamental participam na formação do nectário extrafloral. Os dados mostram que todas as regiões do nectário estão envolvidas na produção e secreção do néctar, constituindo assim, uma unidade funcional. A presença de idioblastos de mucilagem no parênquima nectarífero aumenta a capacidade de retenção de água neste tecido e, provavelmente, colabora na longevidade do nectário.
ASSUNTO(S)
anatomia hibiscus pernambucensis histoquímica nectários extraflorais ultra-estrutura
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