Atividade física e hábitos alimentares em escolas públicas do ensino médio em diferentes regiões do Brasil: o projeto Saúde na Boa

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Epidemiologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2009-06

RESUMO

OBJETIVO: Analisar os padrões de atividade física e hábitos alimentares de adolescentes e jovens adultos matriculados no ensino noturno de escolas públicas do ensino médio em duas cidades com características culturais e socioeconômicas diversas no Brasil: Recife (Região Nordeste) e Florianópolis (Região Sul). MÉTODOS: Estudo observacional transversal dos dados de base de uma intervenção escolar randomizada (Projeto Saúde na Boa), incluindo 2.147 estudantes (15-24 anos; 55,7% do sexo feminino) de 10 escolas em cada uma das cidades, pareadas por tamanho e localização. Os dados foram coletados por questionário. RESULTADOS: Os rapazes foram mais ativos que as moças (p<0,001) em todas as três medidas de atividade física no questionário: dias/sem com 60+min de atividade física moderada a vigorosa (AFMV) - rapazes 3,8 d/sem (DP=2,3), moças 3,2 d/sem (DP=2,4); caminhar ou pedalar para a escola - rapazes 4,5 d/sem (DP=2,4), moças 4,1 d/sem (DP=2,4); e exercícios de força muscular - rapazes 2,3 d/sem (DP=2,5), moças 0,8 d/sem (DP=1,7). A prevalência de inatividade física (zero dias/sem com 60+min de AFMV) foi significativamente mais alta em Recife (p<0,001). A frequência de consumo de frutas foi mais elevada em Recife do que em Florianópolis (p<0,001), não havendo diferença no consumo de legumes e verduras (p=0,28) e consumo de refrigerantes (p=0,09). Em geral, um em cada cinco estudantes (21,7%) consumia frutas e verduras em menos de cinco dias da semana. CONCLUSÕES: Estudantes matriculados no período noturno em escolas públicas do ensino médio em Recife tendem a ser mais velhos, mas apresentam menor proporção de trabalhadores. A participação em aulas de Educação Física era bem mais frequente em Florianópolis (87,6% x 19,4% em Recife), particularmente para as moças. A prevalência de hábitos alimentares inadequados e insuficiente atividade física justificam os esforços para promoção de comportamentos mais saudáveis nesta fase de transição da adolescência para a vida adulta.

ASSUNTO(S)

jovens atividade física comportamento alimentar ensino médio

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