Aula de leitura : representaÃÃes em jogo na constituiÃÃo do sujeito-leitor

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Esta pesquisa teve o objetivo norteador de fazer um levantamento das representaÃÃes sobre leitura de uma aluna-professora, nas sÃries iniciais, ensino fundamental, a fim de verificar se a leitura à tratada como um espaÃo para a produÃÃo de sentido. TambÃm procurou interpretar e discutir os dizeres que constituem o discurso da aluna-professora sobre a prÃtica da leitura e as possÃveis conseqÃÃncias Ãticas e polÃticas desses dizeres sobre a formaÃÃo de seus alunos (3 sÃrie). Como direcionamento, esta pesquisa pautou-se nas seguintes perguntas: quais sÃo as representaÃÃes sobre leitura que podem ser percebidas nos dizeres da aluna-professora participante da pesquisa? Qual à a concepÃÃo de leitura que pode ser percebida a partir dos dizeres da participante? Quais sÃo as possÃveis conseqÃÃncias Ãticas e polÃticas de uma abordagem à leitura com base nas concepÃÃes depreendidas, a partir de seus dizeres? Para possibilitar esta discussÃo, considerou-se o conceito de representaÃÃo com base em Woodward (2000) e Silva (2000). Em seguida, abordou-se o processo de leitura, tal como tem sido percebido por diferentes correntes. TambÃm foram tratados os temas: identidade, diferenÃa e identificaÃÃo. Para a coleta dos dados, foram utilizados dois instrumentos de pesquisa: entrevista semi-estruturada direcionada à aluna-professora participante e observaÃÃes de sala de aula, com gravaÃÃo em Ãudio e registros de notas de campo. A partir da anÃlise dos dados, ficou claro que a leitura à vista como um trampolim para se chegar à escrita e, tambÃm, que a leitura à trabalhada como uma forma de extrair um Ãnico sentido do texto, o que a professora autoriza. O texto à compreendido como um objeto portador de âum sentidoâ, que està là para ser resgatado. Nessa perspectiva, o leitor à visto como passivo, centrado, que nÃo à capaz de construir sentidos, mas que à capaz de depreender o(s) significado(s) inscrito(s) na superfÃcie do texto. A Ãnfase à dada ao texto, que à fechado, acabado, que guarda o significado. Esta pesquisa comprova a hipÃtese de que a leitura nÃo tem sido tratada como um espaÃo de produÃÃo de sentido, porque a prÃtica do professor de leitura, que à resultante das representaÃÃes que o constituem, e que parecem exercer um impacto direto sobre sua atuaÃÃo, nÃo pressupÃe o leitor como produtor de sentido, como um sujeito posicionado ideologicamente e atravessado pelo inconsciente, capaz de produzir sentido. A partir da anÃlise e discussÃo dos dados, acredita-se que o professor precisa trabalhar com a possibilidade de mÃltiplas leituras e nÃo apenas com a possibilidade de uma Ãnica leitura. Conclui-se que se a prÃtica resulta das representaÃÃes, à preciso que se implemente uma polÃtica de leitura que vise a modificaÃÃes imediatas desde o inÃcio da vida escolar. Portanto, a prÃtica da leitura urge ser revista, repensada, renovada, pois para que realmente seja efetivada na sala de aula, precisa-se mudar o foco do ensino para o aluno-leitor, que à produtor de sentido.

ASSUNTO(S)

formaÃÃo de professores representation teaching linguÃstica aplicada ensino representaÃÃo educaÃÃo production of meaning education leitura produÃÃo de sentido reading teacher training linguistica professores - formaÃÃo

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