Avaliação da contaminação de sedimentos por elementos traço e análise da comunidade zooplanctônica em uma área afetada pela exploração aurífera histórica no Sudoeste (SE) do Quadrilátero Ferrífero, Alto Rio Doce, MG, Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Acta Limnol. Bras.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2013-06

RESUMO

OBJETIVO: o objetivo deste estudo foi verificar a composição geoquímica de amostras de sedimentos (fundo e margem) e a relação dos seguintes elementos: Al, As, Cd, Cr, Cu, Fe, Mn, Ni e Zn, derivados da exploração aurífera que ocorreu na área de estudo, com a comunidade zooplanctônica. MÉTODOS: Amostras de sedimento de margem e fundo foram coletadas em quatro pontos ao longo da área de estudo, nos meses de junho/2010 (seca) e março/2011 (chuva). Foram realizadas três tipos de análise: granulométrica, mineralógica por difratometria de Raios-X e geoquímica por ICPOES, sendo que para as duas últimas, foram utilizadas somente a fração silte/argila (<0.062 mm), e os resultados foram comparados com os seguintes valores de referência: Valores de Referência Local (Costa et al., 2010), Valores de Referência de Qualidade (São Paulo, 2005) e TEC e PEC (MacDonald et al., 2000). Para a identificação taxonômica da comunidade zooplanctônica, foram coletadas amostras (fundo e margem) em frascos de polietileno, suspendidas com água deionizada (margem somente), coradas com corante vital Rosa-de-Bengala, e fixadas com formalina 4%. RESULTADOS: As concentrações de As no ponto Col foram 18 vezes mais elevadas do que o Valor de Referência Local (3.84 mg.kg-1). O cádmio apresentou concentrações bem acima daquelas estabelecidas pelo VRQ (<0.5 mg.kg-1) e PEC (4.98 mg.kg-1) em quase todos os pontos amostrados, independente da sazonalidade. As seguintes espécies zooplanctônicas foram identificadas: Arcella costata (Ehrenberg, 1847), Arcella discoides (Ehrenberg, 1843), Arcella vulgaris (Ehrenberg, 1830), Centropyxis aculeata (Ehrenberg, 1838), Centropyxis ecornis (Ehrenberg, 1841), Difflugia sp., Difflugia acuminata (Ehrenberg, 1838), Euglypha laevis (Perty, 1849), Trynema enchelys (Ehrenberg, 1938), Asplanchna priodonta (Gosse, 1850), e Bedelloida, sendo que aproximadamente 81% pertence ao grupo Protozoa. CONCLUSÕES: A área de estudo, com exceção do ponto Tripuí encontra-se impactada pela exploração histórica do ouro na região, como também, pela crescente urbanização. Dentre os elementos considerados mais tóxicos à biota, As e Cd violaram seus respectivos valores de referência (LRV, QRV, PEC e TEC) na área estudada. Apesar das altas concentrações de elementos maiores e traço encontradas nos pontos a jusante, espécies de testaceas foram identificadas, sugerindo que este grupo tenha uma capacidade de se adaptar à situações adversas.

ASSUNTO(S)

geoquímica sedimentos impactos mineração aurífera zooplâncton

Documentos Relacionados