Avaliação da microbiota intestinal em adultos com esofagite erosiva
AUTOR(ES)
BAIMA, Diego Cardoso; CARVALHO, Nayara Salgado; BARBUTI, Ricardo Correa; NAVARRO-RODRIGUEZ, Tomas
FONTE
Arq. Gastroenterol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2021-06
RESUMO
RESUMO CONTEXTO: A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é uma das enfermidades mais comuns na prática clínica e possui fisiopatologia multifatorial. Disbiose da microbiota intestinal pode ter influência em mecanismos envolvidos nesta doença, como mudanças nos padrões motores gastrointestinais, elevação da pressão intra-abdominal e aumento da frequência de relaxamentos transitórios do esfíncter esofágico inferior. Contudo, a avaliação da microbiota intestinal, neste contexto, ainda é pouco documentada. OBJETIVO: Este estudo avaliou a microbiota bacteriana intestinal, em indivíduos com doença do refluxo gastroesofágico erosivo e em indivíduos saudáveis, utilizando técnicas de metagenômica. MÉTODOS: Estudo incluiu amostras fecais de 22 adultos, com idades entre 18 e 60 anos: 11 com esofagite erosiva (oito homens e três mulheres) e 11 controles saudáveis (dez homens e uma mulher). Os pacientes foram orientados a coletar e armazenar o material fecal em tubo contendo solução de guanidina. O DNA da microbiota foi extraído das amostras de fezes e amplificação por PCR foi realizada usando iniciadores para a região V4 do gene 16S rRNA. Os amplicons foram seqüenciados usando a plataforma Ion PGM Torrent e os dados foram analisados usando o software QIIME™ versão 1.8 (Quantitative Insights Into Microbial Ecology). Análise de estatística foi realizada utilizando-se o teste não paramétrico de Mann-Whitney e o teste ANOSIM, método não paramétrico baseado em matriz de distância. RESULTADOS: Os índices de alfa-diversidade e beta-diversidade foram semelhantes entre os dois grupos, sem diferença estatisticamente significante. Não houve diferença estatisticamente significante no nível de filo, classe e ordem. Entretanto, observou-se diferença estatisticamente significante na abundância da família Clostridiaceae (0,3% vs 2,0%, P=0,032) e no gênero Faecaliumbacterium (10,5% vs 4,5%, P=0,045) entre controles saudáveis e pacientes com DRGE erosiva, respectivamente. CONCLUSÃO: Os achados sugerem que menor abundância do gênero Faecaliumbacterium e maior abundância da família Clostridiaceae, nos pacientes com DRGE, podem influenciar na fisiopatologia desta doença.
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