Avaliação da resistência à fratura de raízes bovinas estruturalmente comprometidas reconstruídas com diferentes materiais, restauradas com núcleo metálico fundido e coroa total, após teste de fadiga

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A destruição das regiões internas da raiz favorece o enfraquecimento da estrutura dentária deixando-a mais suscetível à fratura, sendo a preservação e restauração do remanescente radicular severamente comprometido, um desafio à Odontologia. A fim de evitar a extração de raízes enfraquecidas, é indicado o uso de materiais para preenchimento e reforço intra-radicular. Este trabalho propôs-se avaliar a resistência à fratura e modo de fratura de raízes bovinas enfraquecidas internamente e reconstruídas com três diferentes materiais comparadas a raízes controle, todas restauradas com núcleo metálico moldado fundido e coroa total metálica, após teste de fadiga. Para a realização deste estudo, quarenta incisivos bovinos foram selecionados e as raízes seccionadas com 15 mm de comprimento, tratadas endodonticamente, aliviadas imediatamente e divididas em 4 grupos experimentais (n = 10). Grupo C (raízes controle), raízes preparadas com 2 mm de espessura dentinária na parede radicular cervical e os grupos R (resina composta), I (ionômero de vidro) e F (cimento de fosfato de zinco) cujas raízes foram desgastadas simulando o enfraquecimento radicular com espessura dentinária cervical de 0,5 mm e reconstruídas com os respectivos materiais. Todas foram restauradas com núcleo metálico moldado fundido e coroa total metálica, fundidos em liga de cobre-alumínio e cimentados com cimento de fosfato de zinco. Os espécimes foram incluídos em blocos de resina de poliestireno e simulado o ligamento periodontal com material a base de poliéter. Foram submetidos ao teste de fadiga, em máquina de simulação de ciclos mecânicos, com 50 N, 2 Hz e aplicação de carga em 135 com o longo eixo da raiz, até completar 250.000 ciclos. Em seguida, foram submetidos ao ensaio de carregamento por compressão tangencial, com aplicação da carga na face palatina em 135 com longo eixo da raiz, em máquina universal de ensaio a velocidade de 0,5 mm/min, até a fratura. Os dados foram analisados pelo teste estatístico de análise de variância em fator único (p<.05). As fraturas foram avaliadas em lupa estereoscópica com aumentos de 10 e 40 vezes e o modo de fratura classificado de acordo com o terço radicular afetado. As médias dos resultados (kgf) e respectivos desvios-padrão por grupo foram: C) 47,0719,05; R) 37,5212,22; I) 38,1015,28; F) 36,419,76. A análise estatística demonstrou não haver diferença significante entre os grupos experimentais. Na análise do modo de fratura as raízes dos grupos C e R apresentaram principalmente fraturas no terço cervical (8), em I se estenderam até o terço apical (2) e em F se concentraram no terço médio (7). Dentro das limitações impostas pela metodologia aplicada, concluiu-se que as raízes enfraquecidas reconstruídas com os materiais testados oferecem resistência à fratura semelhante a raízes controle. Entre os materiais, o cimento ionomérico apresentou a maior média numérica de resistência à fratura. Entretanto, apresentou fraturas mais severas, que se estenderam ao terço apical. Desta forma, parece conveniente se basear nas chances de sucesso do tratamento restaurador por meio de reconstrução radicular, a fim de manter o dente em função na cavidade oral, antes de condená-lo devido à perda de estrutura dentinária radicular.

ASSUNTO(S)

resistência à fratura teste de fadiga endodontia raízes enfraquecidas odontologia materiais restauradores

Documentos Relacionados