Avaliação do estado nutricional e do perfil de crescimento de 568 crianças matriculadas nas 14 creches municipais de Paulinia-SP

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1995

RESUMO

Com o objetivo de analisar as características sócio-econômicas e demográficas, assim como a prevalência da desnutrição e 0- perfil de crescimento das crianças das 14 creches municipais de Paulínia (SP), foram avaliadas as 568 crianças matriculadas no período de 1 de março a 31 de maio de 1993. A idade do grupo variou de 3 a 48 meses, 273 (48,1%) eram do sexo masculino e 295 (51,9%) do feminino, 78% freqüentavam a creche em período integral (8 horas por dia) e 22% em período parcial. Para a classificação sócio-econômica foram utilizados os seguintes parâmetros: renda familiar per capita, frações de classe social, escolaridade do pai e da mãe. Para a caracterização demográfica: peso de nascimento; número de irmãos e ordem de nascimento. Essas informações foram obtidas; através de um questionário. A prevalência da desnutrição e o perfil de crescimento foram obtidos através da análise de dados do exame antropométrico, que incluiu as medidas de altura ou comprimento e do peso. Para a análise da associação entre a prevalência da desnutrição segundo o critério de Gomez e as características sócio-econômicas e demográficas da população empregou-se o Teste de Heterogeneidade de BRANDT-SNEDECOR, enquanto para a análise d,a distribuição percentilar dos indicadores antropométricos em relação a estas mesmas variáveis foram utilizados a prova de KRUSKAL-WALLlS e o Teste de Comparações Múltiplas. A classe social predominante foi o proletariado propriamente dito (59,5%), seguido do subproletariado (28,2%). Com relação à renda familiar percapíta, 42% das crianças viviam com renda inferior a 1 salário-mínimo e 5% em situação de pobreza absoluta. Quanto à escolaridade dos pais observou-se que a das mães era superior à encontrada na cidade de São Paulo,em Botucatu, na região Sudeste e Nordeste do Brasil: 86,6% das mães e 74,9% dos pais tinham no mínimo 4 anos de escolaridade. Somente 25% das mães tinham 3 ou mais filhos e, quanto ao peso de nascimento, apenas 6% do grupo de estudo pesou menos que 2.500g, porcentagens semelhantes às que ocorrem em países desenvolvidos. A prevalência da desnutrição segundo o critério de Gomez foi de 21 % com predomínio da forma leve (20,3%). Já pela classificação de Waterlow, somente 3 crianças (0,5%) foram identificadas como portadoras de alguma forma de desnutrição. Com relação às variáveis de estudo, somente o grupo de crianças com peso de nascimento inferior a 3.000g teve associação com maior prevalência de desnutrição. A análise da distribuição percentilar dos indicadores Ali, PII e PIA mostrou um desempenho menos satisfatório do processo de crescimento para os grupos que tinham menos de 24 meses de idade, ou eram filhos de mães com escolaridade inferior a 4 anos ou tinham nascido com menos de 3.000g. Portanto, o grupo estudado está em posição privilegiada em relação ao Brasil, embora pertença a um tipo de instituição que sabidamente apresenta riscos à saúde, pela faixa etária da sua clientela e pela maior exposição a agentes infectocontagiosos. Mas grupos de risco foram identificados, o que demanda ações junto à instituição e aos pais, que atenuem estes fatores, muito embora somente uma reestruturação política, econômica e social possa garantir um acesso igualitário das pessoas aos bens básicos e a uma vida digna

ASSUNTO(S)

creches - paulinia (sp) desnutrição nas crianças crianças - crescimento

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