AVALIAÇÃO DO PERFIL DE SUSCEPTIBILIDADE A FLUCONAZOL E VORICONAZOL FRENTE A ISOLADOS DE Candida spp. PELO MÉTODO DE DISCO-DIFUSÃO / AVALIAÇÃO DO PERFIL DE SUSCEPTIBILIDADE A FLUCONAZOL E VORICONAZOL FRENTE A ISOLADOS DE Candida spp. PELO MÉTODO DE DISCO-DIFUSÃO

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

Introdução: Em 2004, o NCCLS padronizou a técnica de disco-difusão para ensaios com fluconazol. Este teste permite a análise de grande número de amostras com custo reduzido, resultado rápido e de fácil interpretação, não exigindo equipamento especial, sendo assim de grande utilidade em estudos de vigilância de resistência a fluconazol e voriconazol. Objetivos: 1) Avaliar a distribuição de espécies de Candida identificadas em diferentes materiais biológicos obtidos de pacientes hospitalizados. 2) Descrever o perfil de susceptibilidade pelo método de disco-difusão para as diferentes amostras de Candida spp. frente a fluconazol e voriconazol. 3) Avaliar a prevalência de isolados de Candida spp. resistentes a fluconazol. Material e Métodos: Foram incluídas todas as amostras de Candida spp. isoladas de diversos materiais biológicos, provenientes de dois hospitais terciários da cidade de São Paulo, entre janeiro de 1998 a dezembro de 2003. Após triagem de Candida albicans, utilizando-se meio cromogênico CHROMagar- Candida, os isolados de Candida não-albicans foram identificados por análise do perfil bioquímico pelo método comercial ID-32C, complementados por análise de microcultivo. O perfil de susceptibilidade das amostras frente a fluconazol e voriconazol foi realizado pelo método de disco-difusão, de acordo com a normatização do documento do NCCLS M44-A (2004). A determinação dos diâmetros dos halos inibitórios foi realizada utilizando de um sistema automatizado de leitura de placas para análise das imagens - BIOMIC. Resultados: Avaliou-se 4.625 isolados clínicos de Candida spp., incluindo 2.393 cepas de C. albicans (51,7%), 658 de C. tropicalis (14,2%), 503 de C. glabrata (11%), 495 de C. parapsilosis (10,8%), 292 de C. rugosa (6,3%), 195 de C. guilliermondii (4,2%), 53 de C. krusei (1,1%) e 36 de Candida spp. Na análise dos resultados qualitativos de susceptibilidade a fluconazol as amostras de C. albicans, C. parapsilosis e C. tropicalis apresentaram diâmetro dos halos inibitórios maiores, resultado este que sugere alta susceptibilidade destas cepas a fluconazol. Para os isolados de C. glabrata, C. krusei e C. rugosa os halos obtidos apresentaram menores diâmetros, dado compatível com susceptibilidade reduzida destas espécies a fluconazol. Em relação a voriconazol, os isolados de C. albicans, C. parapsilosis, C. glabrata e C. tropicalis apresentaram diâmetros dos halos inibitórios maiores. Para as amostras de C. krusei e C. rugosa, os halos apresentaram menor diâmetro em relação as espécies mais susceptíveis. Na análise dos resultados quantitativos de susceptibilidade a fluconazol as taxas de SDD/R para os isolados avaliados foram de 2,0 e 5,8%, respectivamente, sendo visto maior porcentagem de SDD/R com C. glabrata, C. krusei e C. rugosa. Com exceção das amostras de C. rugosa, todas as amostras testadas com voriconazol apresentaram valores de CIM90 ≤ 0,5μg/mL. Conclusão: 1. Em nosso estudo, das 4.625 espécies de Candida testadas, C. albicans foi a espécie prevalente em todos os fluídos biológicos avaliados. 2. Entre as leveduras de Candida não-albicans, as espécies mais freqüentes foram C. tropicalis, C. glabrata e C. parapsilosis em ambos os períodos avaliados. 3. Susceptibilidade dose-dependente (SDD) e resistência a fluconazol foram pouco freqüentes, ocorrendo em apenas 2,0 e 5,8% das amostras, respectivamente. As espécies com maior porcentagem de isolados SDD/R para fluconazol foram C. glabrata, C. krusei e C. rugosa. 4. Voriconazol apresentou melhor atividade in vitro comparado a fluconazol, mesmo em cepas fluconazol-resistentes. 5. Não houve aumento de resistência a fluconazol e voriconazol nas amostras de Candida spp. testadas ao longo do período avaliado.

ASSUNTO(S)

1. disco-difusão. 2. candida spp. 3. fluconazol. 4. voriconazol. 5. resistência a fluconazol. doencas infecciosas e parasitarias

Documentos Relacionados