Avaliação do uso de surfactantes na remoção de Salmonella Enteritidis Aderida em superfície foliar da alface (Lactuca sativa L.) / Evaluation of the use of surfactants in the removal of Salmonella Enteritidis adhered on the surface of lettuce (Lactuca sativa L.) leaves

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Surfactantes de natureza diversa vêm sendo avaliados nas suas capacidades bactericidas como alternativas à utilização do cloro na sanitização de vegetais. Não obstante, a interação superfícies-microrganismos-surfactantes deve ser melhor compreendida, visando aprimorar os procedimentos de sanitização. Na presente pesquisa, foram avaliadas, em folhas de alface, as ações do cloreto de benzalcônio (BAC) (300 a 2000) mgL-1 e do dodecilssulfato de sódio (SDS) (600 a 3500 ) mgL-1 e o tempo de contato, na inativação das células sésseis de Salmonella Enteritidis. O efeito do tempo, e a temperatura no processo de adesão, a hidrofobicidade do microorganismo e a superfície foliar com diferente rugosidade e a posição na roseta de alface foram também avaliadas. Os resultados mostraram que o caráter hidrofóbico-hidrofílico das superfícies influem significativamente (p ≤ 0,05) na adesão de Salmonella Enteritidis, e que o ΔGadesão foi favorável para folhas externa, interna e intermediária da roseta, em magnitudes diferentes. O número de células de Salmonella Enteritidis aderidas na superfície da folha intermediária (7,0 log UFC /cm2) foi, significativamente, menor (p ≤ 0,05) do que as folhas externa (7,51 log UFC/ cm2 ) e internas (7,75 log UFC/cm2). As soluções de 1200 mgL-1 de BAC e de 600 mgL-1 de SDS, a 25 oC e 10 minutos de contato, atingiram reduções decimais de 1,2 e 0,83 log UFC/cm2, respectivamente, e significativamente (p <0,05) menores que as 1,8 reduções decimais atingidas com 200 mgL-1 de dicloroisocianurato de sódio. Incrementos no tempo de contato entre 5 e 60 minutos, da concentração mais eficiente de SDS (1200 mgL-1) não apresentaram diferenças significativas (p ≤ 0,05) nas reduções decimais. A adesão de Salmonella Enteritidis sobre a superfície de alface foi influenciada de forma aditiva pelo tempo 5 a 90 minutos, e a temperatura 5 a 25 o C, não havendo interação entre esses fatores. As soluções de BAC e SDS apresentaram eficiência limitada na remoção de Salmonella Enteritidis, não atingindo três reduções decimais requeridas para serem consideradas eficientes no controle de bactérias sésseis. Soluções de SDS podem ser alternativas para a utilização como detergente nos procedimentos de higienização de alface, desde que aspectos toxicológicos e sensoriais sejam levados em consideração.

ASSUNTO(S)

vegetais surfactantes controle microbiológico hidrofobicidade salmonella enteritidis ciencia de alimentos vegetables surfactants microbiological control hydrophobicity salmonella enteritidis

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