Brincadeiras de faz-de-conta em crianças autistas: limites e possibilidades numa perspectiva evolucionista
AUTOR(ES)
Fiaes, Carla Silva, Bichara, Ilka Dias
FONTE
Estudos de Psicologia (Natal)
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009-12
RESUMO
A constatação da presença universal da brincadeira na infância sugere que tal comportamento deva ter grande valor adaptativo para a espécie. Apesar de universal, a brincadeira sofre interferência do estado desenvolvimental do indivíduo. Crianças com autismo, por exemplo, apresentam dificuldades no brincar, o que nos leva a questionamentos sobre a natureza da sua brincadeira simbólica, se todo faz-de-conta necessariamente inclui teoria da mente e porque um fenômeno considerado universal surge de modo tão atípico no autismo. O artigo discute essas questões à luz da psicologia evolucionista, ilustrando relatos de brincadeiras espontâneas de crianças autistas coletados em instituições educacionais na cidade de Salvador (BA). Os resultados sugerem que os episódios de faz-de-conta envolvem freqüentemente a presença de objetos como apoio para o desenvolvimento da brincadeira. Tal fato está em acordo com a descrição de alguns autores sobre o desenvolvimento do faz-de-conta, com seu início mais sustentado por objetos e independente de metarepresentação.
ASSUNTO(S)
brincadeira autismo psicologia evolucionista teoria da mente
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