Brown spot (Septoria glycines Hemmi) of soybean (Glycine max L.): etiological and control studies / Mancha parda (Septoria glycines Hemmi) da soja (Glycine max L.) : aspectos etiológicos e de controle

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A soja (Glycine max), percentualmente, foi a cultura que mais cresceu nos últimos anos. A produção (26%) brasileira é a segunda maior do mundo, ficando atrás somente dos EUA (37%). O potencial produtivo da soja poderia ser maior se não fosse os danos causados pelas doenças nesta cultura. A mancha parda ou septoriose (Septoria glycines), uma das principais doenças de final de ciclo, tem provocado danos em lavouras comerciais de diversas regiões brasileiras, podendo reduzir o rendimento em mais de 30%. A busca para encontrar cultivares de soja resistentes a S. glycines vem de três a quatro décadas atrás, porém até os dias atuais ainda não foram encontradas cultivares com resistência satisfatória à doença. Assim sendo, o controle desta doença é baseado na aplicação de fungicidas. Diante da importância da cultura e da doença os objetivos deste trabalho foram: (a) avaliar em campo a reação de genótipos convencionais e transgênicos à doença e o efeito da época e do local de plantio; (b) avaliar o efeito de fungicidas no controle da mancha parda. Os experimentos foram conduzidos no campo (Cristalina, GO) durante as safras 2004/2005 e 2005/2006 e em casa de vegetação (Brasília, DF) e laboratório nos anos de 2006 a 2008. Em uma primeira etapa foram testados 16 genótipos, três épocas de semeadura e quatro tratamentos com fungicidas. Os resultados indicaram que dos genótipos avaliados, a menor quantidade da doença e maior produtividade foram apresentados pelos genótipos Msoy8411 e GT01-308, e conforme foi se atrasando o plantio, de outubro para dezembro, a intendidade da mancha parda foi aumentado. Na segunda etapa do trabalho avaliou-se a reação de 92 genótipos de soja à mancha parda, entre estes genótipos existiam cultivares de ciclo precoce, médio e tardio. Entre os genótipos avaliados observou-se existir uma variação nos níveis de susceptibilidade, 43,4% apresentaram menores valores de severidade quando comparados ao genótipo padrão (Msoy8001). Na análise da severidade da doença, AACPD e produtividade em relação aos ciclos das culturas, observou-se que as cultivares precoces apresentaram maiores valores de severidade e AACPD e menores valores de produtividade. Em uma terceira etapa do trabalho avaliou-se a reação à mancha parda de genótipos de soja transgênica e convencional. Não foram observadas diferenças de severidade de doença entre soja transgênica e convencional. Houve variação na susceptibilidade à doença entre os genótipos, porém não houve nenhum com resistência. Na quarta etapa do estudo analisou-se a resposta de genótipos de soja à mancha parda em diferentes localidades. Neste experimento foram semeados 58 genótipos em quatro localidades (Cristalina, Orizona, Morrinhos e Piracanjuba/ GO). Dos 58 genótipos avaliados, 31 apresentaram severidade semelhante ao padrão Msoy8001, considerado moderadamente suscetível. Os genótipos restantes mostraram maiores valores de severidade. Em todos os locais avaliados observaram-se diferenças entre produtividade. Durante a terceira etapa do trabalho, subdividiu-se o estudo em dois: (a) o primeiro trata da avaliação de fungicidas e da época de aplicação sobre a mancha parda da soja, e o segundo; (b) estudou-se a resposta do uso de fungicidas (tetraconazol) e fitorreguladores (ácido índolbutírico 0,005%, cinetina 0,009% e ácido giberélíco, como GA3 0,005%) na intensidade da mancha parda. Na primeira sub-etapa (a), conclui-se que dos dez produtos testados, Chlorotalonil (500g i.a./L) + Tetraconazole (20g i.a./L) na dose de 1,75 L/ha foi eficiente na redução da mancha parda. Na sub-etapa (b) não houve redução na doença, nem incremento na produtividade da soja devido aos tratamentos. Finalmente, um estudo foi realizado com a finalidade de padronizar o meio de cultura e temperatura para a obtenção de inoculo de S. glycines. Testaram-se cinco meios de cultura e três temperaturas de incubação. O meio mais adequado para a produção de conídios (1,53 x 107conídios / ml) foi o de extrato de folha de soja ágar (Folha de soja 200g; sacarose 10g; ágar 15g; 1l água destilada) a 20C de incubação. Em seguida procurou-se definir um protocolo para o uso do método da folha destacada para avaliar sintomas da mancha parda. Após a análise dos resultados dos experimentos, verificou-se que a técnica de pincelamento de conídios foi mais prática do que a da pulverização. Concentrações acima de 1 x 105 conídios/ml foram eficientes na produção de sintomas. O estádio foliar mais adequado para inoculação foi o V2. Todas as temperaturas (20 a 30C) incitaram a manifestação dos sintomas e não foram observadas diferenças de severidade da doença entre inoculações feitas na face adaxial ou abaxial das folhas.

ASSUNTO(S)

controle método da folha destacada mancha parda soja etiologia ciencias biologicas septoria glycines

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