Caracterização limnológica e inventário de diversidade das comunidades de macrófitas em cinco lagos tropicais : composição florística, biomassa e macroinvertebrados associados.

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

No presente estudo cinco lagoas tropicais localizadas no estado de Minas Gerais foram estudadas quanto às principais características físicas e químicas da água, à composição florística e biomassa das macrófitas e quanto à composição da fauna de macroinvertebrados associados aos bancos de macrófitas. A metodologia adotada foi a de rápidos inventários de diversidade aquática, dentro da concepção AquaRAP. Quatro lagoas pertencentes ao sistema lacustre do Médio Rio Doce (Lagoas Carioca, Verde, Águas Claras e Almécega) foram amostradas no período chuvoso (dezembro de 2003) e no período de seca (maio de 2004). A Lagoa dos Tropeiros, localizada nas Áreas Alagadas de refluxo do rio Piumhi, um rio transposto da bacia do Rio Grande para a Bacia do Rio São Francisco, foi amostrada em outubro de 2006, início da estação chuvosa. As lagoas do Vale do Médio rio Doce tiveram elevada transparência da água (Secchi variando de 2,0 a 2,9m), baixa condutividade da água (20 a 38 Scm-1), pH variando de ligeiramente ácido a ligeiramente básico (6,22 a 8,39), e bem oxigenadas (3,92 a 7,83 mg/L). Em dezembro de 2003 todas as lagoas encontravam-se mesotróficas (P total variando de 17,38 a 21,62g/L). Em maio de 2004 as lagoas Verde, Águas Claras e Almécega encontravam-se oligotróficas (P total entre 13,14 a 14,11 g/L). A lagoa dos Tropeiros, foi classificada como mesotrófica (P total variando de 23,2 a 45,4 g/L), pH variando de neutro a básico (7,0 a 9,2), moderada condutividade (39,6 a 54,7 Scm-1) e concentrações de oxigênio variando de baixas a moderadas (1,5 a 6,1mg/L). A ocorrência do evento El-Niño nos anos de 2002 e 2003 alterou o regime pluviométrico na região do Vale do Médio Rio Doce, levando a uma redução de quase 40% da precipitação anual, com marcante diminuição no nível dos lagos. Como conseqüência a riqueza de macrófitas foi bastante reduzida, com um total de 20 espécies de macrófitas. Por outro lado, elevada riqueza de macrófitas foi registrada na Lagoa dos Tropeiros, com um total de 28 espécies. Entre as lagoas do Vale do Médio Rio Doce não se verificou relação entre a quantidade de biomassa por unidade de área e o tamanho das lagoas, nem entre a quantidade de biomassa o estado trófico das mesmas. Em todas as cinco lagoas estudadas a fauna de macro-invertebrados associados às macrófitas foi constituída predominantemente por representantes de Diptera da família Chironomidae, corroborando um padrão amplamente difundido em águas doces. Foi observada uma relação linear positiva entre a biomassa das macrófitas e a biomassa de macroinvertebrados associados. A lagoa dos Tropeiros, apesar de inventariada uma única vez teve maior riqueza de táxons, maior densidade e maior biomassa de macro-invertebrados associados às macrófitas, sendo possivelmente um sítio de alta diversidade para ambas as comunidades, macrófitas e macro-invertebrados associados. Foi obtida uma relação linear positiva entre a biomassa das macrófitas e a biomassa dos macro-invertebrados associados entre os pontos amostrados na Lagoa dos Tropeiros.

ASSUNTO(S)

ecologia limnologia mudanças climáticas plantas aquáticas fauna associada diversidade biológica

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