CASA de sementes: segurança alimentar para a agricultura familiar - programa 31.

FONTE

NORDESTE/Vale do Jequitinhonha: agosto/2010. Programa Prosa Rural. [Brasília

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

Garantir oferta permanente e segura de sementes, reduzindo a dependência de fontes externas para o plantio, e promover desenvolvimento sustentável, tendo a agroecologia e a economia solidária como referências. Essa é a proposta das casas de sementes comunitárias, espaços de articulação entre trabalhadores rurais para preservação e distribuição de sementes, além de proporcionar a troca de informações e cooperativismo entre os participantes. As casas de sementes - denominadas, em algumas regiões, bancos de sementes - são organizações comunitárias que visam a auto-suficiência dos agricultores familiares no abastecimento de espécies importantes para a agricultura familiar. São coordenadas pelas próprias comunidades, em local construído para o armazenamento das sementes em recipientes de baixo custo, como garrafas pet ou tambores de plástico e de ferro, de modo a preservar esse material genético livre de pragas e com durabilidade. Dessa forma, as sementes ficam disponíveis para distribuição entre agricultores da comunidade, plantadas e multiplicadas. O agricultor interessado deve procurar a casa de sementes local para efetuar seu cadastro. Ele recebe as sementes no início de cada inverno e assume o compromisso de, na época da colheita, repor para o estoque quantidade semelhante à que recebeu. Dessa forma, os produtores ficam menos dependentes da aquisição de sementes para seu plantio direto. Segundo Nilzemary Lima, engenheira agrônoma e pesquisadora da Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral - CE), a experiência das casas de sementes no Ceará tem mostrado resultados que ela qualifica como ?fantásticos?. ?Impressiona ver o entusiasmo dos agricultores nas reuniões entre as comunidades. E a variedade de sementes é muito grande, não fica restrita só a culturas alimentares?, afirma. Além do espaço para oferta de sementes, as casas colaboram para o associativismo entre agricultores. Nelas, os trabalhadores rurais podem trocar experiências, debater problemas do cotidiano e resgatar suas práticas agrícolas, culturais e reintroduzir as roças consorciadas das famílias de agricultores, livres de agrotóxicos, uma vez que o plantio é todo agroecologicamente correto. As reuniões costumam acontecer de três em três meses. Para Mônica Matoso, também engenheira agrônoma e pesquisadora da Embrapa Caprinos e Ovinos, é esta possibilidade de troca de informações e cooperativismo um dos aspectos mais importantes das casas de sementes. ?Essa interação traz grande colaboração para a sustentabilidade da agricultura familiar, ao preservar práticas culturais locais?, avalia Mônica. A Embrapa Caprinos e Ovinos colabora com as casas de sementes cearenses difundindo entre os agricultores cadastrados práticas agroecológicas e a tecnologia do sistema agrossilvipastoril. Para esta difusão, conta com parcerias com instituições como a Cáritas Brasileira e entidades sindicais rurais.

ASSUNTO(S)

agricultura familiar pequeno produtor semente

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