Cirurgia filtrante não penetrante: conceito, técnicas e resultados

AUTOR(ES)
FONTE

Arquivos Brasileiros de Oftalmologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2006-08

RESUMO

A cirurgia filtrante não penetrante tem sido alvo de muita discussão nos últimos anos. As duas técnicas mais praticadas são a viscocanalostomia e a esclerectomia profunda não penetrante com trabeculectomia externa. Elas têm por objetivo abaixar a pressão intra-ocular, diminuindo a resistência ao escoamento do humor aquoso. Os pontos em comum destas duas técnicas são: a retirada de um retalho escleral profundo, pré-ciliar e pré-coroidiano; abertura e retirada da parede externa do canal de Schlemm; além da retirada do estroma corneano, situado à frente do trabeculado anterior e da membrana de Descemet. Ambas as técnicas levam à formação de um espaço denominado câmara de descompressão. O humor aquoso deixa a câmara anterior, atravessando a fina membrana trabecular residual e permanece na câmara de descompressão até ser absorvido por diferentes maneiras. Na viscocanalostomia, há a injeção de um produto viscoelástico nas duas extremidades abertas do canal de Schlemm, a fim de abrir a luz do canal e seus eferentes, para que o humor aquoso drene mais facilmente. Já na esclerectomia profunda com trabeculectomia externa, o ponto essencial é a retirada da membrana trabecular externa (trabeculado juxtacanalicular e parede interna do canal de Schlemm). Os estudos retrospectivos e prospectivos de ambas as técnicas, que as comparam à trabeculectomia, relatam taxas de sucesso similares, com menor incidência de complicações pós-operatórias e recuperação visual mais rápida com a cirurgia não penetrante. O objetivo deste artigo é expor e descrever as diferentes técnicas, seus mecanismos de ação, seus resultados através da análise da literatura.

ASSUNTO(S)

glaucoma cirurgia filtrante pressão intra-ocular cuidados pós-operatórios acuidade visual humor aquoso trabeculectomia esclerostomia

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