Classe trabalhadora e educação : um exercicio contra-hegemonico

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

Os objetivos do trabalho foram três: analisar a crise capitalista denominada acumulação "fordista-keynesiana", dos anos 70; a sua resposta através do complexo de reestruturação produtiva denominada "acumulação flexível" e, a constituição de um "novo" saber e fazer, cuja finalidade foi à adequação do trabalhador ao capital constituindo um novo modo de existência do trabalho assalariado. Os problemas que nortearam estes objetivos foram: como as mudanças no processo produtivo poderão fortalecer a classe que vive do trabalho para uma resistência ao capital através do trabalho? Como, no atual contexto do mundo do trabalho, nós poderíamos propor uma pedagogia "socialista", com vistas à formação integral do homem que fortalecesse a classe trabalhadora politicamente defronte a este novo paradigma produtivo? A referência para estudarmos estes problemas foi o pensamento político e educacional de Antonio Gramscí, tendo no trabalho o princípio educativo, na ótica da contrahegemonia. A relação trabalho e capital a central idade do trabalho como categoria organizadora da sociedade, a crise do Estado de bem-estar social a crítica as pedagogias contemporâneas fundadas na economia e na política neoliberal, a organização da escola de caráter profissionalizante restrita à prática firmada nas formas modernas do processo produtivo foram objetos de análise para chegarmos a algumas conclusões. Uma pedagogia que projete no processo educativo profissional a participação política dos trabalhadores, com vistas a um novo cidadão entendendo que essa relação pedagógica não é neutra e não se limita aos interesses de uma determinada classe social que detém o poder. Que a qualificação profissional, deva ser norteada pelo trabalho como princípio educativo, cujo conteúdo deva ser politécnico, com vistas a resgatar a relação entre conhecimento humanístico e a produção. O caminho para tal intento deve ser a apropriação do saber científico-tecnológico, numa perspectiva histórico-crítica, que possibilite a participação do trabalhador na vida social, política e produtiva da sociedade. Neste sentido, o papel fundamental dessa educação é viabilizar a aquisição dos princípios gerais do conhecimento produtivo e os seus conteúdos básicos dos processos de trabalho permitindo ao trabalhador uma formação que lhe possibilite captar, compreender e atuar enquanto sujeito político, produtivo e consciente dos seus direitos e deveres

ASSUNTO(S)

neoliberalismo crise economica capitalismo educação e estado

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