Colecistectomia videolaparoscópica. Análise de aspectos clínicos e funcionais da suspensão mecânica da parede abdominal
AUTOR(ES)
SANTO, Marco Aurelio, DOMENE, Carlos Eduardo, NASI, Ary, ONARI, Pedro, VOLPE, Paula, PINOTTI, Henrique Walter
FONTE
Arquivos de Gastroenterologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2001-01
RESUMO
Racional - A suspensão mecânica da parede abdominal, método baseado no mecanismo de tração e conseqüente elevação da parede abdominal, é procedimento alternativo para a criação de adequado espaço intra-abdominal necessário à cirurgia videolaparoscópica, prescindindo-se da insuflação gasosa intra-peritonial. Objetivo - Avaliar a viabilidade técnica desse procedimento para realização da colecistectomia videolaparoscópica, com a análise de aspectos clínicos e funcionais da suspensão mecânica da parede abdominal. Pacientes e Métodos - Na Disciplina de Cirurgia do Aparelho Digestivo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo foi criado equipamento para realização de cirurgia videolaparoscópica por esse método, constituído de duas partes: a externa consiste em um pórtico acoplado à mesa operatória, no interior do qual desliza um cabo de aço que é tracionado por um sistema de catraca presente na extremidade inferior de uma das hastes do pórtico; a interna, o dispositivo suspensor, tem o formato em "L", cujo ramo horizontal é constituído de três hastes giratórias, o qual é conectado ao cabo de aço após introdução na cavidade abdominal. Com esse equipamento 10 pacientes foram submetidos a colecistectomia videolaparoscópica; em um deles foi associada hiatoplastia e fundoplicatura. Foram avaliados o tempo de instalação do equipamento, as características do campo operatório, a interferência provocada pela presença do equipamento de suspensão nos movimentos operatórios e nas imagens da colangiografia intra-operatória; foram medidas a força aplicada na tração e a extensão da elevação da parede abdominal e, por fim, a necessidade de medicação para analgesia pós-operatória. Resultados - Não houve qualquer complicação intra-operatória, não sendo necessária conversão para cirurgia aberta em nenhum caso. Observou-se facilidade e segurança na introdução do suspensor, bem como eficácia do sistema de tração. No campo operatório, além da elevação da parede abdominal, desempenha papel fundamental o nível de distribuição das vísceras no interior da cavidade. Dependendo da posição do trocarte epigástrico, a presença do equipamento de suspensão pode interferir na movimentação dos instrumentos. Para realização da colangiografia intra-operatória pode ser necessário o reposicionamento do suspensor. É pequena a força tensional aplicada na superfície peritoneal pelas hastes do suspensor, não se observando qualquer indicativo de maior dor pós-operatória com esse procedimento. Conclusão - Em face desses resultados, a suspensão mecânica da parede abdominal, realizada com o equipamento descrito nesse trabalho, é alternativa viável para realização da colecistectomia videolaparoscópica.
ASSUNTO(S)
colecistectomia laparoscópica cirurgia vídeo-assistida
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