COMPLEMENTARY AND ALTERNATIVE MEDICINE USE IN BRAZILIAN PATIENTS WITH INFLAMMATORY BOWEL DISEASE
AUTOR(ES)
HENRIQUES, Débora Pereira; OLIVEIRA, Rebeca Rodrigues de; VANNI, Jeslei; LIMA, Henrique Patriota de; OTITI, Jean Vianney; NEVES, Fabio Ricardo Monteiro; HAMMERLE, Marcia Beiral; SASSAKI, Lígia Yukie; ZALTMAN, Cyrla
FONTE
Arquivos de Gastroenterologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2022
RESUMO
RESUMO Contexto: O tratamento convencional da doença inflamatória intestinal (DII) é baseado na terapia medicamentosa, mas diferentes estudos têm mostrado aumento progressivo do uso de medicina complementar e alternativa (MCA) na abordagem dos pacientes. As modalidades de MCA mais usadas compreendem: acupuntura, medicina tradicional chinesa, medicina ayurvédica, homeopatia e fitoterapia, bem como práticas mais modernas, como aromaterapia e reflexologia. Os dados do uso de MCA no Brasil são escassos e não há estudos entre pacientes brasileiros com DII. Objetivo: O objetivo do estudo foi avaliar a frequência e os fatores associados com o uso de MCA entre pacientes com DII, além de estimar a satisfação com o uso de MCA. Métodos: Foi realizado estudo transversal em pacientes adultos ambulatoriais com DII oriundos de dois centros de referência no sudeste do Brasil, com amostra de 227 indivíduos. Foi aplicado questionário semiestruturado contendo produtos como - chá, probióticos, ômega 3 ou glutamina, homeopatia e fitoterapia, além de fatores associados ao uso de MCA e a satisfação do paciente. Utilizamos estatística descritiva, testes de associação (P<0,05) e regressão logística para análise estatística. Resultados: No total, 126 pacientes com doença de Crohn e 101 com retocolite ulcerativa foram incluídos. A média de idade foi 41,19±14,49 anos e 57,27% eram do sexo feminino. O tempo desde o diagnóstico foi de 10,58±7,5 anos, e a maioria dos pacientes estava em remissão clínica. Vinte e nove pacientes (12,8%) relataram ter usado MCA para o tratamento de DII, como chá (5,29%), probióticos (5,29%), ômega-3 ou glutamina (1,76%), homeopatia (0,88%) e fitoterápicos (0,44%). Apesar da baixa frequência, os pacientes ficaram satisfeitos com o uso (>50%). Não houve diferença entre o uso de MCA entre os pacientes com doença de Crohn em comparação com pacientes com retocolite ulcerativa (P=0,1171). Os fatores associados com o uso de MCA foram qualidade de vida regular ou ruim (Odds ratio 2,084; intervalo de confiança de 95% 1,147-3,786, P=0,0159) e menor tempo desde o diagnóstico (Odds ratio 0,956; intervalo de confiança de 95% 0,918-0,995; P=0,0260). Conclusão: A prevalência do uso de MCA foi baixa, mas satisfatória entre os pacientes com DII. O uso de MCA tem sido associada a baixa qualidade de vida e menor duração da doença.
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