Contra o tempo: autoria e Revolução na obra de Goethe (1795-1803)
AUTOR(ES)
Bôas, Luciana Villas
FONTE
Pandaemonium ger.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2019-05
RESUMO
Resumo Este artigo explora a noção de extemporaneidade tomada como um traço distintivo do modelo temporal adotado pelos classicistas de Weimar, por Goethe em particular. Concebe o “extemporâneo” como um preceito e uma prática que supõe um movimento de dissociação do tempo presente e da pessoa do autor. Com base no ensaio “Sansculottismo literário” e na tradução da “Vida” de Benvenuto Cellini, publicadas originalmente no periódico As Horas (Die Horen), procuro esboçar o elo entre a resposta à Revolução Francesa e a reflexão sobre autoria, e discutir os limites da ‘extemporaneidade” de Goethe como meio de implementar a autonomia artística.Abstract This article explores the notion of untimeliness as a defining feature of the temporal model adopted by the Weimar classicists, by Goethe in particular. It approaches the “untimely” as a premise and a practice that presupposes a movement of dissociation from the present time and from the author’s person. Based upon the article “Literary Sanscullotism” and the translation of Benvenuto Cellini’s “Life”, originally published in the journal The Hours (Die Horen), I seek to reconstruct the link between reactions to the French Revolution and reflections about authorship, and discuss the limits of Goethe’s “untimeliness” as a means for implementing artistic autonomy.
Documentos Relacionados
- Cristais de tempo: o cinema de Andrei Tarkovski
- O tempo presente na obra de Eric Hobsbawm
- “O humano que jamais nos abandona”: A obra epistolar de Goethe
- Criar para o tempo, tempo para o criar, para criar o tempo: uma revisitação da (ex) temporalidade na Recherche proustiana
- Práticas e representações das mulheres na Revolução Francesa - 1789-1795