Correlação entre esplenomegalia e plaquetopenia na forma hepatoesplênica da esquistossomose mansônica
AUTOR(ES)
Martins, Rubens Nascimento, Cleva, Roberto de, Gouveia, Éder Maxwel, Ghosn, Nagilton Bou, Herman, Paulo
FONTE
ABCD. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva (São Paulo)
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010-12
RESUMO
RACIONAL: Sabe-se que tanto a leucopenia quanto a plaquetopenia têm relação direta com a esplenomegalia, mas não existem estudos correlacionando de forma direta ou precisa o tamanho do baço com o número de plaquetas. Ainda há controvérsia se a plaquetopenia observada em pacientes com doenças hepáticas crônicas está mais relacionada à esplenomegalia ou à própria hipertensão portal. OBJETIVO: Correlacionar o nível sérico das plaquetas nos períodos pré e pós-operatório imediato com peso e volume do baço em pacientes portadores da forma hepatoesplênica da esquistossomose com indicação para tratamento cirúrgico da hipertensão portal. MÉTODO: Foram analisados os prontuários de pacientes portadores da forma hepatoesplênica da esquistossomose mansônica submetidos a tratamento cirúrgico da hipertensão portal. Foram incluídos portadores com a doença confirmada pelo diagnóstico anatomopatológico da biópsia hepática realizada no período intra-operatório. Foram excluídos todos os doentes que apresentavam antecedentes de etilismo crônico, hepatite viral, evidências clínico-laboratoriais de insuficiência hepática ou alterações histopatológicas compatíveis com cirrose hepática. Foram avaliados: o tamanho e volume do baço; o nível sérico de plaquetas; o número de plaquetas. RESULTADOS: Foram identificados 141 pacientes que preenchiam os critérios de inclusão do total de 160 prontuários analisados. A idade média foi de 39,03 ± 12,74 anos (15 a 74 anos), sendo 84 homens (59,5%) e 57 mulheres (40,5%). O peso médio do baço foi de 966,27 ± 464,61 g (120 a 2700 g). O volume elíptico médio foi de 966,68 ± 499,12 cm3 (236,13 a 2782,36 cm³. Houve correlação estatisticamente significativa entre o peso e o volume elíptico do baço (p<0,0001). O número médio de plaquetas no período pré-operatório foi 76,84 ± 43,64 x10³/mm³, abaixo dos valores considerados normais (150 - 400 x10³/mm³). Observou-se correlação estatisticamente significante entre o número e valor logarítmico das plaquetas no período pré-operatório tanto com peso (p<0,01) quanto com o volume elíptico (p<0,05) do baço. O número de plaquetas no pós-operatório imediato esteve correlacionado de modo inverso com o peso do baço retirado (p=0,0297); o valor logaritmo das plaquetas também se correlacionou com o peso. Não se conseguiu, através do modelo empregado, prever o valor sérico das plaquetas baseando-se no peso e volume esplênicos. CONCLUSÃO: As variações do nível sérico de plaquetas tanto no pré como no pós-operatório, em pacientes portadores da forma hepatoesplênica da esquistossomose mansônica, apresentam-se diretamente correlacionadas às variações de peso e volume do baço. A esplenomegalia foi diretamente responsável pela variação do número de plaquetas.
ASSUNTO(S)
hipertensão portal esquistossomose mansoni plaquetas
Documentos Relacionados
- Linfomas em pacientes com a forma hepatoesplênica da esquistossomose mansônica
- Marcadores sorológicos do VHB e VHC em pacientes com esquistossomose mansônica na forma hepatoesplênica
- Síndrome nefrótica na esquistossomose mansônica hepatoesplênica
- Aderência e atividade microbicida de monócitos em portadores de esquistossomose mansônica na forma hepatoesplênica cirúrgica
- Corpos de Gamna-Gandy na esquistossomose mansônica hepatoesplênica