Costurando as redes de cuidado de crianças com paralisia cerebral

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

29/11/2011

RESUMO

A Paralisia Cerebral é desordem caracterizada por alteração do movimento secundária a uma lesão não progressiva do cérebro em desenvolvimento. Dentre as muitas apresentações possíveis dentro deste diagnóstico, destaca-se o tipo tetraplegia espástica, na qual se espera grave comprometimento motor que impossibilita a aquisição da marcha, além de muitas comorbidades associadas. Este quadro exige atenção do cuidador ao longo da vida da criança devido à total dependência. A mãe geralmente é quem assume a função de provedora de cuidado. O presente trabalho visa compreender o processo do cuidar de crianças com grave comprometimento neurológico levando em consideração a composição e função da rede social da mãe-cuidadora, bem como o lugar ocupado pela equipe de reabilitação neste contexto. A pesquisa foi realizada com cinco participantes, mães de crianças atendidas pelo Rede SARAH de Hospitais de Reabilitação unidade Salvador. Como instrumento de coleta de dados utilizou-se entrevista semiestruturada e aplicação do mapa de rede. A análise foi realizada adotando como baliza a Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano. Observou-se que as mães-cuidadoras passaram por uma transição ecológica após o nascimento dos filhos portadores de Paralisia Cerebral, ao levarmos em consideração o modelo PPCT (pessoa, processo, contexto e tempo). Todas abandonaram suas atividades laborativas e/ou educacionais. A rede social pessoal encolheu e, no momento, está restrita à família, notadamente as figuras femininas das avós e tias das crianças, poucos amigos e o Hospital de Reabilitação. Nesta configuração, a rede social pessoal mostra-se sobrecarregada e frágil, na medida em que seus componentes acumulam funções e atributos. As mães relatam fadiga e isolamento social, mas chama atenção principalmente a sensação de solidão. Tal contexto deixa as cuidadoras em condição de vulnerabilidade a doenças físicas e mentais. Estes resultados sinalizam a necessidade de apoio na ação do cuidar e chamam atenção para a importância da família e Centro de Reabilitação em todo este processo.

ASSUNTO(S)

rede social pessoal mães paralisia cerebral teoria bioecológica do desenvolvimento humano saude coletiva social network personnel mothers cerebral palsy bioecological theory of human development

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