De gata borralheira a Cinderela :nova espacialidade decorrente do desenvolvimento turístico, diferenciada pelo estilo de vida em Ponta Negra, Natal, RN
AUTOR(ES)
Catarina Neverovsky
DATA DE PUBLICAÇÃO
2005
RESUMO
As transformações econômicas, sociais e políticas nas ultimas décadas do século XX trouxeram mudanças que não se restringiram apenas ao sistema de produção. A acumulação flexível levou muitos trabalhadores a perderam seus postos de trabalho e a buscarem novas formas de sobrevivência, migrando para atividades administrativas, de prestação de serviços e para a atividade turística de pequeno e médio porte. O Estado tem investido na implantação de planos de desenvolvimento turístico a fim de criar condições favoráveis para a reprodução da atividade turística no Brasil, principalmente no Nordeste. Um espaço quando passa a apresentar uma atividade econômica predominante sofre uma reestruturação em suas relações sociais e econômicas. A reestruturação destas relações leva à construção de uma nova espacialidade. Na cidade do Natal, no Rio Grande do Norte, o bairro de Ponta Negra é o mais representativo dos investimentos públicos para o desenvolvimento turístico. Após intenso processo de urbanização turística, Ponta Negra passou a se inserir no contexto global se consolidando como o lócus turístico na cidade. A urbanização turística do bairro levou à transformação do espaço em mercadoria, que é vendida e consumida como tal. A recriação de fragmentos de outras culturas trazidas por atores sociais, resultante de processos migratórios estimulados pelo desenvolvimento turístico, tem apresentado relações sociais pautadas na tecnologia informacional, consumo de mercadorias globais e na fragmentação do espaço urbano caracterizada pela internacionalização e cosmopolitização. Esse processo tem mascarado as desigualdades sócias e culturais assim como a apropriação territorial por uma elite econômica. Os espaços estão sendo apropriados por investidores do setor turístico, investidores privados, agentes e produtores imobiliários, onde a desigualdade não é apenas econômica, mas também cultural. A população local, principalmente da fração urbana da Vila de Ponta Negra, não participa do processo produtivo em função da pouca ou nenhuma qualificação profissional e também não tem acesso ao processo de consumo. Aos nativos resta a luta pela preservação de sua identidade cultural e pela sobrevivência
ASSUNTO(S)
processo de desenvolvimento turístico ponta negra beach (rn) public investiments urbanização globalização tourism reestruturação sócioeconômica arquitetura e urbanismo urbanization turismo investimentos públicos globalization ponta negra (rn) process of tourist development
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