Delirium e demência no idoso: existem fatores de risco comuns?
AUTOR(ES)
Wacker, Priscilla, Nunes, Paula V., Forlenza, Orestes V.
FONTE
Archives of Clinical Psychiatry (São Paulo)
DATA DE PUBLICAÇÃO
2005-06
RESUMO
Delirium é uma síndrome neurocomportamental decorrente da quebra transitória da homeostase cerebral. Deve-se, invariavelmente, a perturbações sistêmicas ou do sistema nervoso central. No contexto médico geral, a ocorrência de delirium está associada à maior incidência de complicações clínico-cirúrgicas, maior tempo de permanência hospitalar e pior recuperação funcional. O envelhecimento e o comprometimento cognitivo são fatores de risco conhecidos para o delirium. Em pacientes idosos, a ocorrência aumenta o reconhecimento de quadros demenciais preexistentes. Em contrapartida, indivíduos idosos não-demenciados que desenvolvem um episódio de delirium durante uma dada internação hospitalar têm incidência aumentada de demência na evolução em longo prazo. Estudos prospectivos e controlados demonstraram uma associação significativa entre o diagnóstico prévio de delirium e o ulterior desenvolvimento de síndromes demenciais. Essa associação parece ser ainda maior em indivíduos muito idosos. O presente estudo de revisão aborda criticamente a natureza da associação entre delirium e demência. Hipotetiza-se que a sua ocorrência em indivíduos idosos cognitivamente preservados é fator preditivo de deterioração cognitiva, e de risco aumentado para o desenvolvimento de demência, no seguimento de longo termo. As bases neurobiológicas da associação entre delirium e demência são discutidas à luz da hipótese colinérgica da doença de Alzheimer, uma vez que o comprometimento da neurotransmissão colinérgica é denominador comum a essas duas perturbações neuropsíquicas.
ASSUNTO(S)
delirium demência doença de alzheimer transtorno cognitivo fatores de risco
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