Descolamento de retina exsudativo bilateral associado a alterações de comportamento em paciente com diagnóstico de neurossífilis: relato de caso

AUTOR(ES)
FONTE

Arquivos Brasileiros de Oftalmologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2006-02

RESUMO

OBJETIVO: Descrever caso de descolamento de retina bilateral associado a alterações de comportamento. RESULTADO: Paciente de 62 anos, sexo feminino, apresentou-se com baixa de visão bilateral, progressiva, de 3 meses de duração, associada a alterações de comportamento e agitação psicomotora. Ao exame oftalmológico apresentava acuidade visual de percepção luminosa em olho direito; e conta dedos a 30 cm em olho esquerdo. A biomicroscopia evidenciou reação de câmara anterior; à fundoscopia, apresentava edema e hiperemia do disco óptico bilateralmente, áreas extensas de descolamento de retina seroso, placas sub-retinianas amareladas peripapilares e exsudação sub-retiniana e intra-retiniana em ambos os olhos. O exame sorológico para sífilis foi positivo (FTA-Abs e VDRL). A análise liquórica revelou FTA-Abs e teste de hemaglutinação indireta positivos. Foi feito, então, diagnóstico de neurossífilis, e a paciente foi internada para antibioticoterapia endovenosa, e prednisona oral 40 mg/dia (0,5 mg/kg). Após 2 semanas, a paciente passou a apresentar melhora importante do quadro ocular com reabsorção da exsudação e melhora da acuidade visual. CONCLUSÃO: A sífilis é doença pleomórfica, podendo ter como manifestação ocular uma uveíte difusa associada a descolamento de retina exsudativo bilateral. O envolvimento do sistema nervoso central deve sempre ser considerado e descartado, e o tratamento eficaz da doença pode promover melhora da função visual e diminuir suas seqüelas.

ASSUNTO(S)

sífilis sorodiagnóstico da sífilis sífilis prednisolona descolamento de retina uveíte reações falso-positivas manifestações neurocomportamentais

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