Detecção molecular de Paracoccidioides brasiliensis por PCR em biópsias de lesão bucal de paracoccidioidomicose

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Paracoccidioidomicose (PCM) é uma doença fúngica considerada um problema de saúde pública no Brasil. Na cavidade oral o processo alveolar e a gengiva são as localizações mais afetadas. A lesão bucal tipicamente se manifesta como uma hiperplasia granular eritematosa, com vários pontos hemorrágicos e uma superfície com aspecto de amora chamada de estomatite ?moriforme?. O polimorfismo clínico da PCM bucal às vezes dificulta o diagnóstico especialmente quando confundido com carcinoma espino celular (CEC). A PCM bucal geralmente é diagnosticada por histopatologia, entretanto, em alguns casos, o agente etiológico pode não ser encontrado ou confundido com outros fungos dimórficos e peças pequenas podem levar a um erro de diagnóstico. As técnicas moleculares são promissoras, facilitando um diagnóstico mais conclusivo, com uma alta especificidade e sensibilidade para P. brasiliensis, em particular através da utilização da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). Peças de tecidos parafinizados vêm sendo utilizadas em estudos retrospectivos de diagnósticos a fim de padronizar um método de extração de DNA que seja adequado em técnicas moleculares. Este estudo descreve dados clínico-patológicos de 70 casos de PCM bucal confirmados por histopatologia. Desses 70 casos, 29 amostras de tecidos parafinizados foram submetidas à extração de DNA e utilizadas em dois protocolos diferentes de PCR para a detecção do DNA do fungo P. brasiliensis. Peças de CEC bucal parafinizadas foram utilizadas como reação controle. Os dados clínicos mostram que a maioria dos pacientes eram homens, trabalhadores rurais, fumantes, etilistas, apresentam múltiplas lesões e o processo alveolar e a gengiva são os sítios mais afetados e o CEC foi o diagnóstico diferencial mais freqüente. Nas 29 amostras de tecidos parafinizados, o fungo P. brasiliensis foi detectado em 17 (58,6%) amostras pelo protocolo de Koishi (2006) e 2 (6,9%) pelo protocolo de Theodoro et al. (2005). As 12 amostras negativas pelo protocolo de Koishi (2006), foram submetidas a um processo de purificações em agarose e posteriormente submetidas aos protocolos de Koishi (2006) e Theodoro et al. (2005), onde duas e cinco amostras foram positivas, respectivamente. Como resultado total a PCR detectou 24 (85,75%) DNA de P. brasiliensis em 29 amostras de tecidos parafinizados. Em conclusão, este estudo mostrou que o CEC é a patologia bucal que mais se assemelha a lesão bucal de PCM e pode levar ao erro de diagnóstico. e o protocolo de Koishi, 2006 mostrou-se mais sensível na detecção de P. brasiliensis e pode ser usado em tecidos parafinizados.

ASSUNTO(S)

paracoccidioidomicose paracoccidioides brasiliensis boca - doenças - diagnóstico patologia experimental experimental pathology paracoccidioidomycosis mouth - diseases - diagnosis

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