Diminuição da pressão portal após desconexão ázigo-portal e esplenectomia na esquistossomose: comportamento a longo prazo das varizes, taxa de ressangramento e papel do tratamento endoscópico
AUTOR(ES)
SILVA NETO, Walter De Biase da, TREDICCI, Thiago Miranda, COELHO, Fabricio Ferreira, MAKDISSI, Fabio Ferrari, HERMAN, Paulo
FONTE
Arq. Gastroenterol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2018-06
RESUMO
RESUMO CONTEXTO: A esquistossomose é um problema de saúde pública endêmico, afetando cerca de quatro milhões de pessoas. A forma hepato-esplênica da doença é caracterizada por fibrose peri-portal, hipertensão pré-sinusoidal e esplenomegalia. A função hepática está preservada, sendo o sangramento por varizes a principal complicação da afecção. O tratamento cirúrgico usado pela maioria dos serviços para prevenção do ressangramento é a desconexão ázigo-portal e esplenectomia. Muitos autores reportaram melhores resultados com a associação do tratamento cirúrgico e o tratamento endoscópico pós-operatório. OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi comparar a queda da pressão portal intraoperatória com o comportamento das varizes esofagianas e as taxas de ressangramento em pacientes submetidos a tratamento cirúrgico e endoscópico pós-operatório após seguimento de longo prazo. MÉTODOS: Foi realizado um estudo retrospectivo de 36 pacientes esquistossomóticos com pelo menos um episódio de sangramento prévio por ruptura de varizes esofagianas, submetidos a desconexão ázigo-portal e esplenectomia, associada a tratamento endoscópico pós-operatório das varizes. Os pacientes foram divididos de acordo com a queda da pressão portal intraoperatória em dois grupos: redução menor e maior que 30%. Foram avaliadas a presença de tamanho das varizes a longo prazo e a recorrência do sangramento. RESULTADOS: Levando-se em conta o comportamento das varizes, não foi observada influência significativa em ambos os grupos de queda de pressão portal. Com relação ao ressangramento das varizes, embora três vezes mais frequente no grupo com menor queda de pressão portal, não foi observada diferença estatística. Todos pacientes foram submetidos a tratamento endoscópico pós-operatório. CONCLUSÃO: A ligadura elástica das varizes esofagianas, mais do que a queda da pressão portal, parece ser o principal fator responsável pelos bons resultados após a combinação das duas terapias (cirúrgica e endoscópica) para pacientes com hipertensão portal devido à esquistossomose. Estudos futuros serão necessário para confirmar esta hipótese.
ASSUNTO(S)
esquistossomose mansoni hipertensão portal, cirurgia endoscopia, reabilitação varizes esofágicas e gástricas ligadura
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