Efeito da fumonisina na resposta imune celular e humoral na paracoccidioidomicose experimental em camundongos

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

O presente trabalho investigou o efeito de fumonisina (FB) parcialmente purificada de Fusarium verticillioides 103F, um fungo contaminante de milho e outros cereais, no curso da paracoccidioidomicose (PCM), a micose sistêmica mais importante da América Latina, sendo o Brasil um centro endêmico. Devido à cronicidade e à prevalência da doença, existe a possibilidade de ocorrer a infecção pelo fungo Paracoccidioides brasiliensis (Pb), agente etiológico da PCM e contaminação concomitante por fumonisina ingerida, especialmente na região endêmica de PCM. Tendo como objetivo avaliar o efeito da FB na resposta imune humoral e celular em PCM experimental, camundongos BALB/c foram divididos em quatro grupos de 6 animais (“PBS”, “PBS+FB”, “Pb” e “Pb+FB”). Dois grupos de animais (Pb e Pb+FB) foram inoculados (i.v.) com 1 x 105 leveduras (Pb18) e como controle com PBS estéril (PBS e PBS+FB). Após 28 dias, os grupos PBS+FB e Pb+FB foram inoculados (s.c) com FB parcialmente purificada e os grupos PBS e Pb com PBS estéril. Após 7 dias foram coletadas as amostras de sangue para análise de resposta imune humoral e de antigenemia. O baço foi removido para avaliação da resposta imune celular. A avaliação da resposta imune humoral foi realizada por ensaio imunoenzimático (ELISA), sendo utilizado ELISA indireto com preparado antígeno livre de célula (CFA) de Pb18 e ELISA captura utilizando anticorpos policlonais e monoclonais específicos para gp43 para análise de antigenemia. A avaliação da resposta imune celular foi realizada por teste de hipersensibilidade tardia (DTH) e por meio de cultura de linfócitos estimulados com antígenos de Pb para avaliação da resposta específica e com mitógeno concanavalina A (ConA). Adicionalmente, foi avaliada a produção “in vitro” de óxido nítrico (NO) por células esplênicas estimuladas com lipopolissacarídeo (LPS). A avaliação da resposta imune humoral aos antígenos de Pb não demonstraram diferença significativa em relação ao grupo infectado e tratado com a FB, bem como os resultados de análise de antigenemia. O teste de DTH e resposta linfoproliferativa aos antígenos específicos também não demonstraram diferença significativa nos grupos tratados com FB. No entanto foi observada inibição significativa (p<0,001) na resposta linfoproliferativa a ConA no grupo tratado com a FB em relação ao grupo controle. Os resultados de dosagem de NO também demonstraram nível inferior nos camundongos tratados com FB ou infectado com Pb. Concluímos pelos resultados de avaliação de resposta imune que a FB inoculada em um único dia não afeta a resposta imune celular ou humoral específica ao fungo Pb, todavia pode suprimir a resposta linfoproliferativa a mitógeno ConA e produção de NO pelos esplenócitos.

ASSUNTO(S)

fusarium verticillioides paracoccidioidomycosis paracoccidioidomicose paracoccidioides brasiliensis

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