Efeitos do cloridrato de isoxsuprina e da nicotina na viabilidade do retalho musculocutâneo transverso do músculo reto do abdome em ratas
AUTOR(ES)
Walder Costa
FONTE
Repositório Institucional da UFMG
DATA DE PUBLICAÇÃO
2014
RESUMO
Introdução: o retalho musculocutâneo transverso do músculo reto do abdome (TRAM) é muito utilizado nas reconstruções mamárias em humanos, com índices consideráveis de complicações, destacando-se a necrose, principalmente nos pacientes fumantes. Objetivo: avaliar os efeitos do cloridrato de isoxsuprina e da nicotina na viabilidade do retalho musculocutâneo transverso do músculo reto do abdome em ratas. Método: utilizaram-se 48 ratas Wistar, distribuídas em quatro grupos (n=12). Todos os animais receberam as medicações no subcutâneo da região dorsal, uma vez ao dia, durante 20 dias: grupo SF, solução fisiológica; grupo NI, solução de nicotina; grupo IS, solução de cloridrato de isoxsuprina; grupo NI+IS, solução de nicotina + solução de cloridrato de isoxsuprina. No 21º dia todos os animais foram anestesiados e submetidos à autonomização do retalho TRAM, monopediculado de base caudal direita. No segundo dia pósoperatório todos os animais foram novamente anestesiados para avaliação do retalho, documentação fotográfica, coleta de amostras para histologia e eutanásia. Os retalhos foram representados graficamente em lâminas de acetato transparente, onde com caneta marcadora permanente foram desenhados os contornos das fotos do retalho, com delimitação das áreas de viabilidade, sofrimento e necrose. Esses desenhos foram digitalizados e trabalhados no programa Autocad para avaliação da área final do retalho em cm2 e da área viável, área de sofrimento e área de necrose, em cm2 e em percentual. O retalho TRAM com os músculos direito e esquerdo foi retirado da parede abdominal em monobloco a 0,5 cm de distância de suas extremidades cranial, caudal e laterais. Após seccionar a linha alba, foi retirado, de cada lado, um segmento de 0,8 cm de comprimento da região cranial e outro da região caudal, colocados em frascos de formol a 10%, identificados e processados em bloco de parafina. Os cortes histológicos de 5 foram corados com hematoxilina e eosina (HE) e avaliados à microscopia de luz (óptica). As lâminas foram examinadas por patologista que desconhecia a que grupo pertencia a amostra. As áreas de necrose foram avaliadas em percentual. Os dados da avaliação macroscópica foram analisados pelo teste Análise de Variância (ANOVA), com nível de significância de 5%. Utilizou-se o software Statistical Package for Social Sciences (SPSS) 18 para a comparação das médias entre os quatro grupos, em relação às variáveis ± o desvio-padrão. Os dados da avaliação histológica foram analisados pelo teste de Kruskal-Wallis, com nível de significância de 5%. Resultados: na avaliação macroscópica do grupo IS, as áreas final (p=0,001*) e viável (p=0,006*) do retalho apresentaram os maiores valores em números absolutos; a área de necrose do retalho (p=0,001*) teve o menor valor em números absolutos. Os grupos NI e NI+IS exibiram números absolutos, com pequenas diferenças entre eles, não significativas para as áreas do retalho: final, viável e de necrose. A avaliação microscópica revelou resultados não significantes do estudo do TRAM sob a ação da nicotina e do cloridrato de isoxsuprina para o percentual de necrose nas regiões craniais e caudais à direita e esquerda. Conclusões: Houve significância estatistíca (p-0,006*) na viabilidade do TRAM de base caudal direita, em ratas, com o uso da solução de isoxsuprina isoladamente; o uso da nicotina isoladamente e em associação com o cloridrato de isoxsuprina não influenciou a viabilidade do TRAM de base caudal direita, em ratas.
ASSUNTO(S)
nicotina reto do abdome cirurgia plástica retalhos cirúrgicos ratos wistar mamoplastia cloridrato de isoxsuprina isoxsuprina/efeitos adversos cirurgia plástica reto do abdome retalhos cirúrgicos ratos wistar nicotina/efeitos adversos mamoplastia
ACESSO AO ARTIGO
Documentos Relacionados
- Modelo experimental do retalho musculocutâneo abdominal transverso de músculo reto do abdome
- Padronização das técnicas operatórias de autonomização no retalho músculocutâneo transverso do músculo reto do abdome monopediculado: estudo experimental em ratas
- Avaliação do uso de azul de metileno como mapeamento trans-operatório da vascularização do retalho transverso do músculo reto do abdome monopediculado em humanos
- Complicações em reconstrução de mama com retalho pediculado do músculo reto abdominal transverso
- Resistência à tração dos componentes músculo-aponeuróticos na área doadora do retalho musculocutâneo transverso do reto do abdome