Efeitos do pisoteio experimental sobre a vegetação de dunas do Parque Estadual da Serra do Mar, Picinguaba, Ubatuba, SP / Experimental trampling effects on sand dune vegetation at Serra do Mar State Park, Picinguaba, Ubatuba, SP

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Foi realizado um trabalho de pisoteio experimental na vegetação de dunas do Parque Estadual da Serra do Mar, Núcleo Picinguaba, Ubatuba, SP. Dez parcelas permanentes foram instaladas, cinco no verão e cinco no inverno, subdivididas em 6 tratamentos, que receberam pisoteio controlado nas intensidades de 25, 75, 200, 500 e 1000 passadas, além do controle (sem pisoteio). O procedimento foi repetido em dois anos consecutivos. A cobertura e a altura relativa da comunidade e a cobertura das principais espécies da área foram avaliadas periodicamente ao longo de cada ano. As diferenças entre os tratamentos foram analisadas através do Teste de Friedman. A comunidade apresentou redução na cobertura e na altura da vegetação, mas sua recuperação ocorreu rapidamente. Os efeitos do pisoteio variaram com a estação do ano e com o número de ciclo do impacto, sendo mais evidentes no inverno e no segundo ano independente da estação. A altura decaiu mais rapidamente que a cobertura e demorou mais tempo para se recuperar. Não houve diferenças significativas entre o controle e os tratamentos de menor intensidade (25 e 75 passadas) nem entre os de média e grande intensidade (200, 500 e 1000 passadas), indicando que o uso da capacidade de carga recreativa não é um bom parâmetro para a área estudada. Analisando os dados obtidos pode-se afirmar que a comunidade estudada apresenta alta resistência e resiliência aos efeitos do pisoteio. O número de espécies aumentou com os anos do experimento, mas a maioria delas tem características de plantas invasoras. Três meses após o impacto as espécies apresentavam cobertura semelhante à observada antes do pisoteio. Os dados indicam que as espécies apresentam diferentes padrões de resistência e de resiliência. A Poaceae Panicum racemosum foi a espécie mais resistente ao impacto, e foi classificada como indiferente ao pisoteio; Hidrocotyle bonariensis foi a mais sensível, mas se recuperou rápido e superou os valores iniciais, sendo identificada como favorecida pelo pisoteio. Blutaparon portulacoides apresentou resistência e resiliência intermediárias, mas foi, aos poucos, eliminada da área pelas outras espécies, sendo classificada como desfavorecida pelo pisoteio. Considerando os resultados obtidos, uma forma eficiente de manejo da área é a concentração do uso, direcionando a visitação nas áreas de ocorrência da espécie mais resistente, evitando o lado esquerdo da praia cuja vegetação permanece mais estruturada. Recomenda-se o monitoramento periódico da área para evitar alterações drásticas na estrutura e na composição da vegetação.

ASSUNTO(S)

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