Emprego das tabelas de Partin nas prostatovesiculectomias radicais do Hospital de Clínicas de Porto Alegre

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Objetivo: Analisar a casuística de prostatovesiculectomias radicais com linfadenectomia ilíaca avaliando a validade das Tabelas de Partin versão 2001. Estudar variáveis que possam interferir no confinamento ou não da neoplasia como retardo cirúrgico, peso prostático, resultados referentes à biópsia e ano da cirurgia. Material e Métodos: Avaliação retrospectiva de 568 prontuários de pacientes submetidos à cirurgia para câncer de próstata clinicamente localizado entre 1995 até agosto de 2005 no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Foram excluidos quem tivesse feito hormonioterapia neoadjuvante ou com diagnóstico feito por ressecção endoscópica da próstata e aqueles com insuficiência dos dados no prontuário. Estágio clínico pelo toque retal , valores de PSA e dados da biópsia que diagnosticou a neoplasia, assim como dos dados da peça da prostatectomia radical foram coletados. Os valores preditivos das Tabelas de Partin, versão 2001 foram comparados com os do espécime cirúrgico e analisados através de Curvas R.OC. Foram também avaliados tempo de espera para cirurgia, peso da próstata, ano da cirurgia, uni ou bilateralidade tumoral na biópsia e qual a biópsia que diagnosticou (primeira ou ulterior) e analisados como fatores preditivos para confinamento ou não da neoplasia. Resultados: A idade média do pacientes foi 63 (42-77). A percentagem de estágio T1c foi de 63 %. Pacientes com escore de Gleason 2-4 na biópsia constituiram 20,2 %, notadamente antes de 2000. O percentual de pacientes com níveis de PSA menores de 4,0 ng/ml foi de 8,3 % e acima de 10,0 ng/ml foi de 35 %. Os percentuais de doença confinada ao órgão, extensão extra-prostática, invasão de vesículas seminais e metástases linfonodais foram 48,2 %, 35,3%, 13,9% e 2,6% , respectivamente. A área sob a curva calculada para doença confinada ao órgão foi de 0,65 , enquanto as áreas sob as curvas para extensão extra-prostática, invasão de vesículas seminais e metástases linfonodais foi respectivamente 0,54; 063 e 0,77. Pacientes que tiveram o diagnóstico já na primeira biópsia, ou com biópsias bilateralmente comprometidas e aqueles operados antes de 2000 tinham tendência ao não confinamento. Biópsias realizadas a partir de 2000 que já foram positivas na primeira tentativa tiveram maior tendência ao confinamento do que até 1999. Conclusão: As Tabelas de Partin tiveram valor preditivo marginal para as características patológicas finais como doença confinada ao órgão e invasão de vesículas seminais e valor preditivo importante para metástases linfonodais. Não mostraram valor preditivo para extensão extra-prostática. Bilateralidade tumoral na biópsia, diagnóstico na primeira biópsia (especialmente até 1999) e cirurgia antes de 2000 configuraram situações com tendência a tumores não confinados.

ASSUNTO(S)

neoplasias da próstata prostate cancer partin tables biopsy radical prostatectomy

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