Estado nutricional e nível de aividade física de pacientes tabagistas em tratamento na cidade de Goiânia, em 2006

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Tanto o tabagismo, quanto a inatividade física e a obesidade são considerados como fatores de risco para as doenças e agravos não transmissíveis, não acarretando apenas doenças, mas representando também, um custo econômico significativo tanto para os indivíduos como para a sociedade, em vistas das seqüelas que causam. Sendo assim, a caracterização de grupos específicos através da fundamentação sobre o conhecimento da prevalência, são de suma importância para o direcionamento de ações de atuação, para prevenção e controle destes fatores. Buscou-se avaliar através de um estudo transversal descritivo o estado nutricional e o nível de atividade física dos indivíduos fumantes participantes da "Abordagem Intensiva ao Fumante" do Programa Municipal de Controle do Tabagismo (PMCT) da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, no ano de 2006. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Goiás. Foram avaliados 140 indivíduos das 13 Unidades de Atenção Básica à Saúde que haviam grupos em funcionamento. A amostra representou todos os fumantes (n=119) que participavam regularmente das reuniões e os fumantes abstêmios (n=21) que haviam participado dos grupos e que ainda mantinham contato com as unidades. A população estudada possuía idade média de 49 anos, variando entre 24-71 anos, foi constituída em sua maioria por fumantes do sexo feminino, por indivíduos casados, com ensino fundamental de 1 ou 2 fase e por trabalhadores de baixo nível sócio-econômico. A idade média de início do hábito tabagístico do grupo foi de 15,5 anos. Entre os indivíduos fumantes, 62,1% fumam há mais de 30 anos, sendo que 42% apresentaram grau de dependência elevado e a quantidade média de cigarros fumados por dia foi de 16,2 9,18 cigarros. Os fumantes abstêmios apresentaram uma média de 34,5 9,76 anos de uso do tabaco, destes, 71,4% utilizaram medicamentos para deixar de fumar e 66,7% possuíam até 3 meses de abstinência do cigarro e 42,9% relataram ter recaídas ou lapsos causados pela fissura. Dos indivíduos avaliados 41,4% apresentaram sobrepeso e obesidade e 6,4% magreza. Houve relato de ganho de peso em ambos os sexos, com destaque nas mulheres abstêmias. A circunferência braquial e a dobra cutânea tricipital apresentaram médias dentro dos percentis de normalidade e a circunferência muscular do braço para o sexo feminino também, e só a média do sexo masculino situou-se abaixo do percentil 10. Houve uma forte correlação positiva (coeficiente de Pearson r = 0,851, p <0,01) entre o índice de massa corporal e a circunferência de cintura e as mulheres (42,06%) apresentaram circunferência de cintura mais aumentada do que os homens. Dos indivíduos entrevistados, 3,6% eram muito ativos, 56,4% eram ativos e 40% insuficientemente ativos (sedentários e irregularmente ativos A e B), com proporções maiores nos homens e abstêmios. Dos indivíduos sedentários, 91,7% possuíam excesso de peso. Conclui-se que apoiar uma pessoa a deixar de fumar, incentivando-o na introdução de hábitos saudáveis como alimentação balanceada, prática de exercícios moderados e manutenção do peso saudável são tão importantes quanto o tratamento das doenças tabacorelacionadas.

ASSUNTO(S)

tabagismo estado nutricional tabagismo ciencias da saude estado nutricional antropometria atividade motora antropometria atividade motora

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