Estratigrafia de alta resolução dos estágios iniciais de rifteamento, Bacia de Sergipe-Alagoas, Brasil
AUTOR(ES)
Kifumbi, Carrel, Scherer, Claiton Marlon dos Santos, Jones, Fábio Herbert, Kuchle, Juliano
FONTE
Braz. J. Geol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2017-12
RESUMO
RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo caracterizar a sucessão Neo-Jurássica a Neocomiana da Bacia de Sergipe-Alagoas, localizada na região nordeste do Brasil, visando descobrir em escala de detalhes a influência da tectônica na sedimentação e separar essa sucessão sedimentar em unidades tectono-estratigráficas. As observações de campo e a análise de perfis estratigráficas permitiram subdividir essa sucessão de rifte em três unidades, que indicam diferentes contextos paleogeográficos. A unidade I, equivalente ao topo da Formação de Serraria, é caracterizada por depósitos de canais fluviais entrelaçados, com direção de paleocorrente para SE; a unidade II, correspondente à base da Formação Feliz Deserto, é composta das associações de fácies de canais fluviais anastomosados e planície de inundação; e a unidade III, equivalente à maior parte da Formação Feliz Deserto, é caracterizada por depósitos deltaicos com padrão de paleocorrente polimodal. As mudanças de sistema deposicional, bem como na direção de paleocorrente, sugerem que as unidades descritas anteriormente foram depositadas em diferentes estágios evolutivos de rifte. As unidades I e II representam o registro de uma bacia ampla e rasa associada ao primeiro estágio do rifte. A unidade I é caracterizada por tensão extensional incipiente resultando em uma ampla depressão sinclinal, associada a baixas taxas de acomodação e baixa atividade tectônica. Pode-se inferir que esses parâmetros aumentam levemente na unidade II pela preservação de sedimentos finos externos ao canal. A direção de paleocorrente da unidade I indica que o depocentro dessa ampla bacia estava localizado no SE da área estudada. Nenhuma conclusão pode ser feita com base nas paleocorrentes da unidade II por causa da baixa quantidade de medidas. A unidade III sugere um segundo estágio marcado por um contexto de bacia mais profunda, com alta taxa de espaço de acomodação associada à conexão lateral de falhas e individualização dos meio-grabens. A dispersão na direção de paleocorrente nessa unidade aponta influxo sedimentar proveniente de vários setores do meio-graben. O limite entre os dois estágios é marcado por uma superfície de inundação caracterizada por sedimentos de prodelta sobre os de canais fluviais anastomosados. Esse contato abrupto indica uma transição extremamente rápida e sugere uma mudança radical nas características geométricas da bacia por conta do aumento da atividade tectônica.
ASSUNTO(S)
rifte bacia de sergipe-alagoas formação serraria formação feliz deserto estratigrafia de sequências
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