ESTRESSE E COPING ENTRE TÉCNICOS E AUXILIARES DE ENFERMAGEM DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO / STRESS AND COPING AMONG NURSE TECHNICIANS AND ASSISTANTS IN A UNIVERSITY HOSPITAL

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

19/01/2011

RESUMO

Com o avanço tecnológico e as inovações das instituições hospitalares, muitos estudos estão focados nos indivíduos inseridos nesse ambiente, visto que tais mudanças podem provocar insegurança e comprometer o equilíbrio físico e emocional dos profissionais envolvidos. Nesse sentido, este estudo tem como objetivo identificar o estresse ocupacional geral dos auxiliares e técnicos de enfermagem, assim como verificar as estratégias de enfrentamento utilizadas por estes profissionais no ambiente hospitalar. Trata-se de um estudo transversal, com abordagem quantitativa, realizado no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), Rio Grande do Sul. Os dados foram coletados por meio de um questionário auto-aplicável. Para a identificação do estresse desses trabalhadores, foi utilizada a Escala de Estresse no Trabalho (EET), elaborada e validada por Paschoal e Tamayo (2004), composta por 23 itens, os quais formam um único fator. Para a avaliação das estratégias de coping, foi aplicado o Inventário de Estratégias de Coping, de Lazarus e Folkman (1984), composto por 66 itens, o qual foi traduzido, adaptado e validado por Savóia, Santana e Mejias (1996). Para a análise dos dados, foram respeitados os oito fatores classificatórios inicialmente propostos por Lazarus e Folkman (1984). Os dados foram armazenados e organizados em uma planilha eletrônica, no programa Excel (Office XP) e, posteriormente, analisados com auxílio do software Statistical Analisys System (versão 9.01) e Statistica (versão 7.01). Os resultados foram considerados estatisticamente significativos se p<0,05, com intervalo de 95% de confiança. A população constituiu-se de 218 técnicos de enfermagem e 163 auxiliares de enfermagem, totalizando 381 trabalhadores, com predomínio do sexo feminino (87,1%), e idade média de 43,04 anos (8,77). Apresentaram tempo médio de serviço no HUSM de 12,87 anos (9,1) e 8,7 anos (7,42) de serviço na atual unidade. Pode-se constatar que 74,5% desses profissionais não possuem curso de graduação e 85,6% não têm outro emprego. Observa-se, também, que a maioria dos auxiliares de enfermagem possui o curso técnico (72,4%). Quanto ao estresse, 59,84% desses profissionais obtiveram médias entre 2,01 e 3,00, verificados como médio estresse. Os trabalhadores das unidades com maiores médias foram os que atuam na UTI adulto (2,85), Clínica pediátrica (2,39) e sala de recuperação anestésica (2,46). Os técnicos e auxiliares de enfermagem com menores médias de estresse foram os que atuam na clínica médica II (1,92) e UTI cardiológica (1,99). Dentre os fatores de coping, a resolução de problemas foi a estratégia mais utilizada pelos trabalhadores. Nesse estudo, verificou-se que não existe diferença significativa entre estresse e coping entre os cargos avaliados. No entanto, identificou-se correlação negativa significativa entre tempo de serviço no HUSM e o fator suporte social, bem como o tempo de serviço na mesma unidade com o fator suporte social e resolução de problemas. Verificaram-se, também, correlações positivas baixas entre os fatores de coping e o estresse. Conclui-se que os técnicos e auxiliares de enfermagem apresentam médio estresse, o que empiricamente pode estar diretamente relacionado com o maior uso de estratégias de enfrentamento voltadas para a resolução de problemas.

ASSUNTO(S)

trabalho estresse enfermagem stress work enfermagem nursing

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