Estudo clínico de síncope em pacientes com perdas de consciência e de tônus postural, convulsões e eletroencefalografia normal ou com achados inespecíficos para epilepsia

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Eletroencefalografias normais não excluem a possibilidade de epilepsias em pacientes com convulsões. Anticonvulsivantes são freqüentemente prescritos. Síncopes também podem acompanhar-se de convulsões e serem confundidas com epilepsia. Ambas as síndromes estão associadas a aumento de mortalidade. Objetivos Avaliar a proporção de pacientes encaminhados ao neurologista com convulsões, perdas de consciência, quedas e eletroencefalografias normais, que apresentem causas para síncopes. Avaliar quais as causas cardiológicas mais freqüentes de síncopes nesta população e quais os testes diagnósticos mais úteis. Revisar a literatura sobre o tema perdas transitórias de consciência e convulsões. Métodos Foi um estudo transversal com 49 pacientes consecutivos, com idades de 6 a 85 anos (40.9 ± 24,3). Todos os pacientes foram submetidos a exame clínico, ECG e ecocardiografia. Testes de inclinação, Holter-24-h e massagens de seio carotídeo foram realizados quando necessários. Estudo eletrofisiológico foi realizado em pacientes com cardiomiopatia ou palpitações taquicárdicas. Resultados Anticonvulsivantes haviam sido prescritos a 31 PTs (63.3%). Síncope neurocardiogênica foi detectada em 20 pacientes (40.8%), arritmias graves em 6 (12.2%), hipersensibilidade de seio carotídeo em 6 (12.2%), hipotensão postural em 3 (6.1%), estenose aórtica grave em 1 (2,0%), hipersensibilidade carotideana e síncope vasovagal em 1 (2.0%) e associação de síncope e epilepsia em 4 (8,2%). Nenhuma causa foi encontrada em 14 (28.6%) pacientes. Dentre as arritmias, houve 2 bloqueios atrioventriculares totais, 1 taquicardia ventricular sustentada, 1 taquicardia atrial rápida e 2 taquicardias reentrantes nodais. Diagnósticos presumíveis para síncope foram encontrados em 35 (71.4%) pacientes. Pacientes com e sem anticonvulsivantes apresentaram 64.5% e 83.3% de causas para síncope, respectivamente (OR = 0.20 IC 95% 0.09 a 1.54 p = 0.20). Conclusões Esta população apresentou alta proporção de causas presumíveis para síncopes. As causas mais comuns foram síncopes neurocardiogênicas, arritmias cardíacas graves e hipersensibilidade de seio carotídeo. O uso de anticonvulsivantes não diferenciou os grupos com e sem síncopes. Arritmias potencialmente letais podem estar presentes.

ASSUNTO(S)

convulsões decs diagnóstico diferencial decs diretrizes para a prática clínica decs eletroencefalografia decs epilepsia/epidemiologia decs síncope/diagnóstico decs epilepsia/diagnóstico decs síncope/epidemiologia decs

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