Estudo comparativo de protocolos de imunização gênica: eletroporação aumenta consistentemente a resposta imune humoral / Comparative study of protocols of gene immunization: electroporation consistently improves the humoral immune response

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

26/03/2008

RESUMO

A imunização gênica pode contornar alguns problemas encontrados na imunização protéica, quais sejam as dificuldades na obtenção do antígeno purificado e a reatividade da resposta imune (r.i.) com a forma nativa do antígeno. O gene que codifica o antígeno de interesse, carregado por um vetor, é injetado no animal e a proteína é expressa in vivo, com a estrutura tridimensional apropriada, favorecendo a produção de anticorpos específicos. Entretanto, o esquema de imunização gênica pode determinar a eficácia da vacina de DNA. No presente estudo, comparamos quatro protocolos de imunização gênica, usando três antígenos diferentes: dois deles guardam grande homologia na escala filogenética, human vascular endothelial growth factor 165 (hVEGF165) e human fibroblast growth factor-2 (hFGF-2), e um de origem vegetal, o inibidor de serina protease extraído de Bauhinia bauhinioides (BbKi). Para tanto, grupos de camundongos Balb/c foram imunizados com DNA plasmideal carregando o gene hVEGF165, hFGF-2 ou BbKi. No primeiro protocolo, imunizamos os animais via intraesplênica (i.s.); no segundo, via intramuscular (i.m.); no terceiro, via i.m. seguida de eletroporação (ep); e no quarto, via i.m. seguida de ep em animais préimunizados com células modificadas para expressar os respectivos antígenos. Soros de animais imunizados foram analisados por ELISA para detecção da presença de anticorpos anti-hVEGF165, anti-hFGF-2 ou anti-BbKi. Os resultados mostraram que a imunização i.s. não provocou r.i. humoral detectável em nossas condições. Por outro lado, análises estatísticas indicaram que a ep melhorou muito a r.i. à imunização i.m. e que três imunizações gênicas seguidas de ep produzem o mesmo efeito que duas da mesma forma em animais pré-imunizados com células transfectadas para expressar o antígeno correspondente. Nossos resultados mostraram que todos os protocolos funcionaram de maneira similar para os três antígenos estudados e que a imunização gênica via i.m. seguida de ep foi o esquema de imunização mais vantajoso. Ainda, a r.i. à imunização i.m. seguida de ep foi comparável à obtida por imunização protéica no caso da proteína vegetal. Finalmente, esses achados permitiram selecionar um protocolo eficiente de imunização gênica que torna possível a obtenção de anticorpos na falta da proteína purificada.

ASSUNTO(S)

eletroporação imunização gênica vacina gênica vacina biologia molecular

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