Estudo de marcadores bioquímicos e farmacogenéticos de resposta ao enalapril em pacientes hipertensos / The study of biochemical and pharmacogenetic markers in response to enalapril in hypertensive patients
AUTOR(ES)
Pâmela Souza Silva
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
06/03/2012
RESUMO
A hipertensão é um fator de risco bem estabelecido para doenças cardiovasculares. Embora existam muitas classes de drogas disponíveis, os inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (iECA) são uma das classes mais amplamente utilizadas. O efeito anti-hipertensivo dos iECA envolve a vasodilatação e a melhora da função endotelial através da inibição da ECA, levando a uma diminuição da formação de angiotensina II (ang II) e aumento dos níveis de bradicinina. A diminuição da pressão arterial promovida pelo iECA é explicada, ao menos em parte, pelo aumento da formação de óxido nítrico (NO) proporcionado pela bradicinina e diminuição do estresse oxidativo e vasoconstrição induzidos pela ang II. Apesar de vários estudos com modelos animais e in vitro evidenciarem que o tratamento com iECA promove aumento da biodisponibilidade de NO em nível tecidual, não existe consenso entre os estudos clínicos que buscam associação dos níveis circulantes dos metabólitos estáveis de NO com a resposta anti-hipertensiva a essa classe de drogas. Além disso, evidências crescentes indicam que os efeitos de drogas que aumentam a biodisponibilidade de NO são modulados por polimorfismos no gene da síntase endotelial do óxido nítrico (eNOS) e do receptor tipo 2 de bradicinina (BDKRB2). Assim, os objetivos do nosso estudo foram: 1) Identificar possíveis associações entre o tratamento com enalapril e mudanças em marcadores relevantes relacionados ao estresse oxidativo e a formação de óxido nítrico e 2) investigar se polimorfismos genéticos/haplótipos nos genes da eNOS e do BDKRB2 afetam a resposta anti-hipertensiva ao enalapril. Para atingir nosso primeiro objetivo, dezoito pacientes hipertensos foram tratados com enalapril por 60 dias e dezoito voluntários normotensos foram seguidos pelo mesmo período de tempo. Amostras de sangue venoso foram coletadas antes do início do tratamento e após 30/60 dias de tratamento com enalapril. As concentrações de NOx (nitrito + nitrato) no plasma foram medidas usando reação de Griess. As concentrações de nitrito no plasma e no sangue total foram determinadas por quimioluminescência. Já as concentrações das espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) e de 8-isoprostano no plasma foram determinadas por método fluorimétrico e ELISA, respectivamente. O tratamento com enalapril diminuiu a pressão arterial nos pacientes hipertensos. No entanto, não encontramos mudanças estatisticamente significativas nas concentrações de NOx plasmático e nitrito medidos no plasma e sangue total nem em marcadores de estresse oxidativo em indivíduos normotensos ou pacientes hipertensos tratados com enalapril. Adicionalmente, para atingirmos o segundo objetivo proposto, nós avaliamos cento e seis pacientes hipertensos tratados com enalapril por 60 dias. A diferença entre a pressão arterial média (PAM) antes e após o tratamento anti-hipertensivo foi definida como ?PAM. Os pacientes foram agrupados como respondedores pobres (RP) ou respondedores bons (RB) quando ?PAM foi menor ou maior que a mediana, respectivamente. O DNA genômico foi extraído a partir do sangue total e amostras foram então genotipadas para os polimorfismos da eNOS através de reação de PCR seguida por eletroforese para o polimorfismo 4b/4a e por PCR em tempo real para os polimorfismos T -786C e G894T. As frequências dos haplótipos da eNOS foram estimadas pelo programa PHASE. Os polimorfismos C-58T e BE1 +9/-9 e os haplótipos do gene BDKRB2 foram determinados por reação de PCR seguida por sequenciamento. Os genótipos TC/CC e o alelo C para o polimorfismo T-786C no gene da eNOS foram mais frequentes entre os RB quando comparado aos RP. Adicionalmente, o genótipo TT para o polimorfismo C-58T no gene do BDKRB2 foi mais frequente em RP quando comparado ao grupo dos RB. Não foram encontradas outras diferenças significativas nos demais genótipos avaliados nem nos haplótipos. Esses achados nos sugerem que o polimorfismo T-786C no gene da eNOS e C-58T no gene do BDKRB2 afetam a resposta anti-hipertensiva ao enalapril.
ASSUNTO(S)
hipertensão estresse oxidativo Óxido nítrico enalapril farmacogenética hypertension oxidative stress nitric oxide enalapril pharmacogenetics
ACESSO AO ARTIGO
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=000850652Documentos Relacionados
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